junho 04, 2010

Justiça Indígena





Uma série de antropólogos, pesquisadores e outros turistas vivem em êxtase quando visitam as selvas da América Latina. Encontram verdadeiros oásis de paz e harmonia com a natureza. Espreitam com curiosidade mórbida como os indígenas esticam as beiças, furam o nariz com ossos, enfiam o pénis numas canas e seguram com um fio, esmagam umas osgas com os pés e as metem na boca ou como feiticeiro resolve todos os problemas de saúde encharcando os pulmões do doente com fumo e pulando à volta dele. Entram em êxtase quando aquela gente mete a mão num buraco e lambe as formigas que vieram agarradas ou descobrem as virtudes proteicas de umas larvas engolidas ainda a debater-se. Eles resolvem todos os problemas em comunidade e até os filhos, que rebolam na lama, são de todos e não há ciúmes.

Claro que um tão grande conjunto de virtudes tem que ser protegido: nada de escola, vacinas ou uma pitada de instrução. Há que criar territórios protegidos e deixá-los resolver os problemas como resolviam quando desceram das árvores. Esta ideia é muito interessante e ao abrigo dela, no Brasil de Lula, as crianças deficientes têm sido encerradas em buracos até morrerem de inanição que convenhamos é uma coisa progressista já usada no Hologrom.

Uma sociedade assim, indigenista e prenhe de qualidades, é mesmo o que vem a calhar pela esquerda progressista. Um conjunto de leis a “proteger as especificidades” e preservar a herança cultural é o que vem a calhar desde que a conveniente clientela activista apareça a liderar e que faça o serviço bem feito a bem da revolução. Para manter estes modelos e a pureza da ancestralidade em comunhão intrínseca com a “Pacha Mama” (Evo Morales), e a Terra “que não é de ninguém e talvez do vento” (Zapatero), nada como delegar a Justiça nas comunidades e esquecer os deveres do Estado na sua administração. A “Justiça” torna-se assim um instrumento ao serviço de um poder corrupto: serve para o perpetuar e fundamentalmente para o isentar de responsabilidades.

Em terras do indigenista Evo Morales, ele próprio um analfabeto com dificuldades em provar o seu próprio indigenismo e com um passado bem truculento, dois homens foram condenados à morte por uma trica sobre terras. Pedro Velasco e Victor Naranjo (20 e poucos anos cada um) foram regados com gasolina e queimados até o corpo ser consumido na presença impávida de dezenas de populares (crianças incluídas). Os responsáveis por esta barbaridade justificaram a acção com a Justiça indígena consagrada na Constituição.



1 comentário:

Anónimo disse...

El juez "andalú", jienense de Torres........