Não vi tudo do Prós e Próceres da Fátima Campos Ferreira. Para grande agonia minha tive que descascar umas batatas, colocar os restos de uns legumes na caixa de compostagem, dar uns carinhos ao cão, cortar as unhas e apanhar uns caracóis que andavam nos espinafres. Deu porém para ver o essencial:
- Fátima de Campos Ferreira está como sempre: cumpriu com as obrigações do patrão.
- Marinho Pinto -dizem que é bastonário dos (alguns advogados)- continua igual a si próprio e aumentando de peso. Esbraceja, vocifera e move a mão direita como quem quer fazer decapitações em directo ou partir resmas de telhas em espectáculo Kung-fu. Está convencido que todos estes casos mediáticos tem motivações políticas e por isso nem deviam ser julgados. Não gosta nada que discordem dele e o seu olhar, linguagem e postura inquisitorial granjeava-lhe com facilidade um lugar de procurador geral de Estaline a substituir um muito célebre que descobria açambarcadores e inimigos da revolução debaixo de cada pedra. Daí a 600 000 fuzilamentos foi um passo.
- Um Juiz...Mas que faz um juiz neste chiqueiro televisivo? Não devia ser mais recatado?
- Carlos Cruz olhava embevecido as figuras com opiniões favoráveis e com ódio claro quem não era favorável às suas teses. Para Carlos Cruz a jornalista Felícia Cabrita, os agentes da Judiciária, o juiz Rui Teixeira, os pedo-psiquiatras, os procuradores, a provedora Catalina, todos os Juízes e restantes almas que com ele não estão, integram uma rede invisível para o tramar. Lá foi levantando uns factos dispersos, sem oportunidades de contraditório, e que terá levantado igualmente em Tribunal mas sem resultados. Gostava de um confronto directo com as vítimas que o acusam, coisa que deve ter acontecido igualmente em Tribunal.
- Uma vítima da Casa Pia que se lembrava bem de quem o violentou: a cara, como vestia, etc. Claro que para os condenados todos os vitimados, entontecidos em drogas, se deveriam lembrar dos detalhes dos estupradores após dezenas de abusos torpes aliás confirmados uma, duas vezes ... todas as necessárias- para convencer os advogados de defesa que tinham sido mesmo vítimas.
- Um Daniel Oliveira igual a si próprio: Trotskista até ao tutano, jacobino a transbordar e escritor de crónicas e manifestos recalcados do progressismo da 1ª Internacional perfumados de esquerda moderna e aromas de caviar. Ainda elaborou uma qualquer contabilidade de chamadas telefónicas que acha "estranho" mesmo ao fechar o programa: suspense.
Outras fontes denigrem os jovens abusados. Os jovens, por eventualmente não se oporem aos actos praticados neles por receberem recompensas várias, não justificam atitudes de respeito e compaixão dos seus semelhantes perante a miséria moral a que foram conduzidos.
Percebeu-se com este programa uma tentativa de denegrir a Justiça e que, por baixo, há uma rede muito transversal que vai da política e advocacia até aos mídia (escrito, falado e televisivo) com um objectivo único: calar os atropelos às crianças (o que para alguns não é assim tão mau desde que não envolva padres católicos) e retirar de apuros os camaradas das irmandades respectivas que restaram. Carlos Cruz e os restantes condenados devem seguir com o caso na Justiça e não procurar conforto no mediatismo e na populaça que afinal acusam de ter influenciado os juízes.
Falta agora ouvir o Rei dos Gnomos! Porque não? Não é igualmente cidadão deste país?