maio 19, 2011

Malabarismo

A esquerda, e alguma direita, esperneia sem parar por causa do Sr preso nos EUA que atacou uma empregada de Hotel. As argumentações são absolutamente delirantes e, não fosse trágico, daria para chorar a rir:
- Primeiro uma conspiração terrível de Sarkozy para o tirar da corrida ao Eliseu. Uma ideia mirabolante pois Sarkozy já tinha recomendado ao colega da política que nos EUA eram recomendados mil cuidados e banhos de água fria para refrear os ímpetos.
- Depois perceberam que a conspiração era pequenita demais e inventam uma outra mais inter-continental: os EUA queriam tirar o homem da liderança do FMI.
- A próxima será uma conspiração galáctica.

Verdadeiramente esmagados pelo facto de uma armadilha como esta -já prevista em conversas, jogos de bastidores, avisos, intrigas, sombras mesquinhas de Stonehenge, lua com laivos de sangue e portanto esperada por todos- não ter sido vencida pela superioridade moral, da qual pensam ser portadores congénitos, percebem que já não lhes resta senão sair à a Rua: tem que se ouvir a populaça.

E, das ruas de Paris, os enviados jornalistas da TVI entram telejornal adentro e coscuvilham os politólogos lusos, os psiquiatras, os jornalistas e o cidadão comum. À mesa do café e na promenade há sempre uma opinião ilustre. Todos de acordo: o homem foi vítima de uma canalhice. Não contentes até já realizaram sondagens. Claro que a maioria descobriu, contando as pedras da calçada, que o homem é mesmo um desgraçado: uma vítima em diferido do Bushismo com umas pinceladas de lobbies judaicos (americanos claro). Venham as brigadas de justiça popular (sondagem na mão) libertar o homem, esclarecer a polícia, castigar a criadeca e ensinar maneiras aos Juízes americanos.

Agora finalmente só há "alegados" e os abusos caíram: nasceu o direito à presunção de inocência que o personagem assim o merece. Ninguém exige desculpas, nem indemnizações, nem pedidos de perdão do PSF. Tanta hipocrisia!


PS: O calibre do Homem. --"¡Bonito culo!", le dijo el ex director gerente del Fondo Monetario Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, a una de las azafatas del avión en el que tenía previsto viajar a París poco antes de su detención, según relató hoy el diario galo "Le Point". (la Gaceta)


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