.... uma égua. Era uma égua talvez não muito estudada -não conhecia nada de multiculturalismo, de aliança de civilizações, de integração, de mais integração- mas estava equipada com muita dignidade. Não andava por aí em poucas vergonhas e de certeza sonhava com um cavalinho que a pudesse amar e ser amada pelo cavalinho.
Um mouro incauto tentou abusar da sua integridade e parece que já não era a primeira vez que o pinga-amor visitava o estábulo ou seja a sua modesta casinha. O bicho indignado não esteve por menos: poliu a ferradura, puxou a culatra atrás e disparou em defesa pessoal um coice monumental que ia mandando o desgraçado parar aos Jardins do Mohamed IV voando rasante de Espanha a Marrocos avistando Meca ao longe.
Os médicos, desgraçados, viram-se aflitos para lhe compor a cara e o visado quando falar vai pedir uma fatwa, queixar-se de Islamofobia e no curriculum registar a sabedoria que os bichos dos infiéis são pouco submissos. O golpe será atribuído a um agente da Mossad. Os médicos serão processados pois ele estava quase a alcançar as prometidas virgens e acabou por acordar da anestesia.
A égua não apresentou ainda queixa e provavelmente vai ter que frequentar aulas vestida de burka para aprender a conviver com estas civilizações avançadas. A liga de defesa dos animais já veio defender o atacado e o SOS racismo culpa o bicho de discriminação.
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