Esteve na lista dos "Capitães de Abril" para a matança da Liberdade. Era um homem completo: esposa, filhos, valores, trabalho e sucesso. Não precisou de se colocar em bicos de pés para sobressair e nunca negou os elogios a António de Salazar: era um homem fiel pela inteligência e pelo reconhecimento do valor nos outros. Não era um pau mandado.
Gostava dele como historiador. Via a história como ela era e foi, assumia o passado da nação sem sofismas e colocava nesse passado as pessoas da época: a História tinha gentes como agora tem. Gentes com defeitos e com qualidades que moviam a História. A História eram elas e as suas acções que documentava e justificava.
Os modernos historiadores parecem ter complexos: vêm a história com incómodo. Afonso Henriques: um desgraçado que não respeitava ninguém; a expulsão dos sarracenos uma desgraça; as Cruzadas uma vergonha; a Monarquia uma tragédia; os Descobrimentos uma opressão; a colonização uma miséria e uma exploração; a República um oásis. O moderno historiador tenta encaixar e guiar a História de Portugal às suas ideologias e aos seus preconceitos: têm vergonha do nosso passado e sente-se naturalmente mal com o presente.
Eles morrerão mas José Hermano Saraiva sobrevive: ele amava a sua Pátria e não tinha preconceitos em o afirmar e afirmar quem a Pátria honrou e serviu sem interesse nem mordomias.
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