setembro 29, 2013

O TC e o Euro: a incompatibilidade

As recentes reprovações do TC são admiráveis pela idiotice que arrastam.
Uma empresa de camionagem desiste de um camião por não ter clientela e é obrigada a manter o motorista;
Uma empresa investe em equipamentos de automatização na linha de produção e não tira vantagens competitivas desta inovação;
A empresa investe no controlo de qualidade automático e não tira vantagens competitivas.

A empresa vende para um mercado em concorrência e perde competitividade. O resultado vai ser, em vez de crescimento e mais emprego, um definhamento mais ou menos lento com o encerramento e despedimento de toda a força de trabalho.

A empresa vai ser muito cautelosa a contratar: só irá contratar pessoas multifacetadas (que poderá mudar de posto de trabalho com mais sucesso) e em número mínimo. Quem sofre serão os menos qualificados e os menos versáteis.

A alternativa é sair do Euro para uma moeda mais desvalorizada e  colocar barreiras alfandegárias: o regresso ao passado. Como dizia um colunista: o regresso à pobreza, da qual aliás nunca saímos pela porta grande, está mesmo aí e somos conduzidos a ela pela mão dos iluminados juízes do tribunal constitucional.

Este é um Tribunal que excede a racionalidade: julga pela mesma bitola qualquer causa sem atender às circunstâncias. Num tribunal comum qualquer homicida seria condenado à mesma pena independentemente das circunstâncias do crime.

Ou o TC ou o Euro.

2 comentários:

Prata do Povo disse...

Sair do euro não tem nada a ver com o tribunal constitucional. O que foi a tribunal é o futuro desmazelado e desastrado que se quer dar ao estado social. A política moderna portuguesa do arco da governação basei-se em 3 pilares, o euro, a integração na UE e o estado social, a oposição defende como identidade própria o estado social. Todos estes pilares estão a ruir. Que estado social? Sabe, não se pode acabar com o estado social sem criar um novo consenso nacional, a alternativa. E o governo (e o mesmo fará o PS) estão a tomar medidas avulsas que não têm pés nem cabeça, não prevê a imagem que se quer do que será a política social futura. A saída do euro é um imperativo se o senhor quiser manter qualquer tipo de política social futura, com responsabilidade, num país que tem futuro, que oferece preservativas, e não que vive de esmolas. Sim, porque o Portugal que ai vem dentro daquilo que sairá dos destroços da UE, nem país se chamará. A aquilo que vemos todos os dias é uma luta pelo poder do que restará da UE, a criação de novos blocos de influência espaldados. Portugal deve recusar qualquer aventura de mais Europa, deve olhar para os EUA com grande interesse, deve participar como membro fundador do que será o eixo transatlântico entre a uma parte da Europa e EUA e Canada, deve se aliar ao eixo do Atlântico sul, CPLP, e procurar novos amigos!

Anónimo disse...

Razão tinham os ingleses com a sua atitude "wait and see".