Dia após dia se reforçam os sinais de uma sociedade doente, sem valores, sem âncoras e sem rumo.

Notícias soltas:

- O índice de suicídios de jovens que abortam é várias vezes superior àquelas que decidem ser mães. Uma vida nova a cargo é sempre uma razão para lutar.

- Cerca de 90% das mulheres que pensam abortar alegam medo de perder o emprego. Destas 85% eram solteiras e 70% não tinham o apoio do progenitor para ter o bebé (LAM). Não está mal para uma sociedade orientada para a solidariedade e responsabilidade. Não será esta a mulher objecto?Não está agora mais dependente de terceiros e das condições "sócio-económicas"?

- Um organismo da ONU- Drogas e Crime (aliás uma organização que serve para nada a não ser obter umas estatísticas) alerta para o tráfico de seres humanos (homens, mulheres e crianças) para a prostituição na Europa. O negócio envolve 140 000 explorados e quantias de 3 biliões de dólares. Esta escravatura acontece sob os nossos olhos porquê? Apenas por causa dos traficantes? Não. É lucrativa por ter clientela!

- A violência doméstica continua em crescendo não havendo leis e publicidade negativa que a trave. Mais denuncias apenas? Não! É um fenómeno efectivamente crescente. Deve-se a relações superficiais com desconfiança mútua induzida por condutas liberticidas anteriores ou doentiamente interiorizadas pelas mensagens de banalização da infidelidade.

- Jovens embevecidos por uma vida facilitada na escola, onde transgredir e não cumprir são actos bem tolerados, sorvem a doutrina de novelas criteriosamente desenvolvidas para explorar as fraquezas e contradições próprias da idade. A culpa é só das novelas? Não! Elas substituem algo que falta e encontram clientela suficiente para se manter no ar.

- Onde vão parar estes jovens, proibidos terminantemente de trabalhar antes dos 16 anos (excepto em novelas)? Ao Rei dos Gnomos, a festivais inúteis e outros esquemas de auto-destruição programada: droga, delinquência, bandos e seitas. O caminho é a pobreza, como vemos, e isto apesar de um aumento substancial das ajudas sociais.

Qual a razão de continuarmos a ter no lugar de quem decide sucessivas vagas de pessoas com óbvias limitações intelectuais, vazios de ideias, deficits morais óbvios e cobardia ou crueldade quanto chegue ao ponto de serem incapazes de identificar problemas, descobrir as causas e evitá-los na raiz?

Porque insistem sempre numa linguagem ilusionista da realidade -invocando narcísicos direitos, liberdades, informação, decisão- quando o modelo falha precisamente por não serem incutidos à priori os valores essenciais da condição transcendental do Homem?