A TVI agora apresenta um momento intimista com a extrovertida Júlia Pinheiro. Um estúdio, uma plateia e uma medium tornam-se atractores de espíritos que entram ali "à la carte" e estabelecem canais de comunicação do além com as almas que cá andam. O que atrai os espíritos não sei, mas a verdade é que eles, provavelmente animados com a necessidade de fama, nunca faltam. As almas da plateia têm sempre alguém que já faleceu (mãe, avó, avô tal como todos nós), um ou outro remorso respeitante aos que já partiram e um caso mal resolvido a redimir agora, já que em vida não foram capazes. A medium explora muito bem o caso juntando uma ou outra observação da pessoa que pretende contactar (a cor do cabelo, uma bracelete, a cor dos olhos) e ainda cozinha o menu com actos corriqueiros de qualquer vida humana: acarinhar um filho, ter brincado com o avô, ter uma briga com os pais, etc para ganhar o cachet.
E se o além aqui se prende com o passado, Jorge Sampaio o presidente que virou pneumologista, sempre pré-disposto à choradeira para a plateia, também usa o além.
Ao "há vida além do déficit", que deu no que vamos vendo e ainda mais iremos ver, já projecta um novo além. "Há mais assuntos além da revisão constitucional". As almas que vão sofrendo por quem anda aquém da realidade ainda habitam um corpo martirizado.
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