Não me surpreendem os recentes acontecimentos de violência protagonizados por jovens.
Umas escaramuças, na escola e fora da escola, são normais e fazem parte do crescimento. O que não é normal é a violência enfurecida, o espancamento impiedoso por jovens sobre outros jovens que, participando ou filmando, ficam inebriados como os tubarões com o sangue. As causas: um cigarro, droga, meia dúzia de euros. Que modelo de família irão criar?
Uma avó com ar esmorecido numa cadeira e resignada a confirmar que a neta "era violenta", um pai anestesiado e sem recursos anímicos a admitir estupefacto o problema. A mãe .... não existia neste caso, noutros o pai, noutros os dois, noutros abunda a simples pobreza funcional que é pior que a material.
Uma engenharia social apostada na Educação da Creche, na Primária, na Secundária: professores com Mestrados, com Doutoramentos, com muitos anos de experiência. Nada vale... pouco funciona. Não funciona! Por dois motivos:
- O esforço é feito a jusante! Educar é uma tarefa a tempo inteiro: só pode ser feito no ambiente familiar e pelo exemplo, pela partilha e pela exigência com o amor de pais como pano de fundo.
- A geração de pais actual já está contaminada também por este modelo de sociedade que nos impingiram e que promovem continuamente pela TV, pela Rádio, pelas Revistas. É uma geração de pais que também não colabora: demasiado proteccionista, arrogante e pouco exigente. Um dia destes a minha mulher disse, após uma reunião de pais, algo que me deixou a pensar: "Já não me revejo nesta nova geração de pais".
Estamos a pagar o preço! Devíamos passar a factura a quem nos conduziu a esta situação. A recuperação do país passa também pela recuperação da próxima geração e isso vai exigir uma abordagem corajosa, o lançamento borda fora de ideologias retrógradas e a recuperação do que melhor tínhamos e nos vão tirando.
Um apoiante de um partido entregou-me com educação um folheto : li e gostei de quase tudo. É um partido pequeno, sem representação parlamentar e pouco respeitado pelo mainstream.
Vale termos quase dois telemóveis por pessoa.