Tinha uns sapatinhos assim (do lado esquerdo): tristes, baços, descoloridos, feios e um pouco deformados pelo dedo grande do pé. Passei uma grande vergonha ainda: dei uma topada e um deles ficou de boca aberta.
O Pai Natal caminhava a meu lado e disse: vamos comprar dois pares já. E assim foi! Agora tenho os sapatos do lado direito: cómodos, flexíveis, suaves e brilhantes.
É bom ter um Pai Natal ao nosso lado.
Ao mais pequeno calhou esta maravilha que exige tanto de equilibrismo como de manhas, qualidades que o candidatam a futuro primeiro-ministro. Trata-se de um meio de transporte com apenas duas rodas (para ter menos atrito), só anda para a frente (Portugal assim avança quer queira quer não) e é movido a energias renováveis que se extraem sem painéis solares e eólicas (basta mexer o corpo em cima da tábua como uma serpente em fuga).
Há na nossa sociedade forças ocultas que empurram os jovens para equilíbrios instáveis.