Estou comovido!
Cansado de tentar controlar as ervas daninhas no logradouro pedi ajuda a gente sabida. Umas galinhas disseram uns, uns patos outros, uma ovelha disseram os mais atrevidos, um cavalo arriscaram os altaneiros .... controlam as infestantes e limpam o espaço. Optei pelas galinhas... não gosto do andar dos patos (tem as pernas curtinhas e são desajeitados), tenho pavor a cavalos (vejo na televisão que quem cai fica paraplégico) e detesto tanto o cheiro a ovelha quanto adoro um queijo da serra. O meu pedreiro - que sabe tudo de tudo- arranjou-me umas poedeiras.
- Poedeiras? De onde?
- São das capoeiras. Vendem barato quando os bichos deixam de pôr um ovinho por dia.
Ignóbil. Coitadas! Exploração desavergonhada: levam-lhe os ovos e depois do auge produtivo tratam-nas como trapos velhos .... adoptei as bichas. Soltei-as e confesso que as vi logo de perna e asa aberta a corar na grelha lá mais para o Verão.
Nada disso.. não posso!São umas queridas! Seguem-me como um cachorrinho, bicam-me as pontas dos sapatos e o saco de milho... umas descaradas. Entretanto este pisco já faz parte da família.
Silencioso, discreto e furtivo espera que eu vire costas para partilhar a refeição das colegas maiores.
Ovos ... alguns. Já deram um pão-de-ló: metade não chegou a arrefecer. O trabalho no logradouro está atrasado .. há que ter paciência.
Há aqui um potencial, um nicho para fazer política, que não é nada de desprezar: Partido para defesa da dignidade e dos direitos da galinha poedeira.
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