março 20, 2011

Emergência Nuclear

O Deputado Carlos Pimenta teve o seu momento de glória ecologista hoje na TVI ao lado do grande Professor Marcelo.

Sem contraditório apresentou os sucessivos acontecimentos (aliás com alguns erros à mistura) como se resultassem da incúria, desespero do pessoal técnico, erros graves de projecto das centrais nucleares ou de corrupção de lobbys. Exagerou consequências e debitou a tradicional argumentação contra a energia nuclear apresentando-se quase como um especialista na área.

Ignorou que fontes de energia renovável igualmente oferecem riscos óbvios e tem causado um número bem mais elevado de vítimas que a energia nuclear. Importa  lembrar no mínimo o rebentamento de barragens e as consequências da poluição industrial nas águas em que o caso da Barragem das 3 Gargantas na China é um exemplo dramático. 

As televisões -sempre disponíveis a convidar especialistas, estudiosos e franco-atiradores com bacharelatos de três anos de estudo a meio tempo (o restante em copos e noitadas)- não manifestaram até ao momento a intenção de convidar cientistas na área da energia nuclear para um confronto sério e com igualdade de oportunidades. Preferem espalhar o terror de forma demagógica a abordar a determinação, valentia e civismo com que o Japão cura as perdas humanas e enfrenta uma tragédia quase apocalíptica.

A par da desastrada intervenção de um comissário Europeu, os órgãos de comunicação social apresentam tudo quanto vem do Japão como suspeito de ser radioactivo, apresentam continuamente imagens de aeroportos como se a população estivesse a debandar ou que Tóquio estivesse deserta. Não falam da ausência de saques, da espera ordenada nos hipermercados, da ausência do parlatório inútil e desastrado, da abnegada entreajuda dos japoneses, etc.

Triste solidariedade de uma Europa moribunda! Triste solidariedade dos europeus. Triste Educação Europeia.

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