abril 04, 2011

Dia de Festa

Elas elegantes e bonitas. Eles altivos e importantes. Ambos com capas espessas e pastas debaixo do braço recheadas de fitas.

Os pais, irmãos, tios, avós, vizinhos e amigos não cabiam em si de contentes. Todos se esgueiravam entre a multidão para conseguir um lugar à frente. Nas costas uma Sé que se perde nos confins do tempo. Muito perto El-Rei D. Duarte está impávido  e sereno perante tanta correria. Um ou outro carro arriscava rasgar a multidão.

Umas leituras, o discurso do Bispo e a bênção das pastas. Um ou outro traje ou capa era lançada pelo ar ou chocalhada acima da cabeça.

Foi assim ontem a Bênção das Pastas do Politécnico de Viseu no sempre mágico e histórico largo da granítica Sé de onde se observa a Cava de Viriato e uma paisagem cada vez mais urbanizada.

O pequenito aborrecia-se com um horizonte muito limitado e eu sempre a prometer-lhe.

-Está quase. Só mais um bocadinho.

Levantei-o no ar para ver as capas e as fitas coloridas a agitar-se por cima dos estudantes finalistas. Rápido na dedução diagnosticou o óbvio:

- Papá, o curso das fitas amarelas é o mais fácil!

- Como sabes?

- Há muito mais pastas com fitas amarelas.

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