Continuo a apascentar meia dúzia de galinhas no quintal. É catita chegar ao dito quintal e vê-lo habitado. A área é grande e depositava esperanças que elas esgravatassem o terreno e controlassem as ervas infestantes.
Percebi que dificilmente angariariam o sustento suficiente para porem ovos que dão sempre uma boa razão para um pão-de-ló ao fim-de-semana. Passei a alimentá-las de manhã generosamente: um dia, dois dias, três dias, uma semana... um mês seguido. Mas foram ficando cada vez mais passivas: de manhã limitam-se a esperar ao portão que eu chegue, comem e de seguida espoldrinham-se em buracos na terra ou vão para uma sombra.
Se eu não vou logo de manhã continuam encostadas ao portão ou nas imediações onde quase inertes, mas senhoras de uma visão prodigiosa, controlam a minha aproximação e voam para mim. O trabalho está por fazer e estou agora a tentar a desabituação: dou menos comida e só à noite. Os resultados tardam em aparecer e o vício custa a desinstalar.
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