junho 14, 2012

Floribelas e Príncipes

Espero que a separação da Floribela do seu príncipe seja apenas um arrufo.
É interessante porém uma das causas invocadas pelo príncipe: a não aceitação de uma criança não comum. Os seres humanos não são perfeitos: o apelo do sangue próprio é importante.

Um número crescente de amancebados ou casais têm filhos de relações anteriores e da actual. A salgalhada que daí resulta não oferece grandes perspectivas nem no presente nem no futuro. No presente aparecem divisões, favoritismos, comparações e recriminações entre meios-filhos no casal que se repercutem na relação. A não exclusividade nos afectos mútuos é também uma sombra.

Não sendo a prole comum, a solidariedade entre a família irá manifestar-se mais tarde perante as dificuldades:
  • Um meio-irmão fica doente, desempregado ou em dificuldades. Quem deve ajudar é o verdadeiro irmão! Eu não tenho obrigação.
  • O marido ou a esposa fica incapacitado. Afinal que obrigação tenho eu como apenas companheiro nos últimos anos? Afinal não viveu a maior parte do tempo com o companheiro anterior? Ele ou os filhos anteriores que o tratem!
  • O pai ou a mãe envelhecem. Quem os cuida? Quem os visita? Os filhos que o último cônjuge já tinha e que foram herdados para a nova relação? Julgo que não.
  • Os filhos vão ter atenção com o progenitor que os deixou partindo para outra relação se já têm o outro progenitor a seu cargo?
  • Como vai ser a herança e a partilha dos bens se em família já é por vezes complicada? Um imbróglio judicial de arrepiar.
A família, com uma relação conjugal de exclusividade (afectos, filhos e partilha de bens materiais), é uma criação inteligente e quase perfeita: não é um acaso, é um apuramento. É a que melhor assegura a continuação dos valores e da solidariedade de geração a geração.

A Zootecnia e a Pirotecnia em voga para redefinir família e legitimar aberrações só pode ter más consequências: uma geração jovem cada vez mais desenraizada de valores e de comunidade (que buscam na droga, na desordem pública, no bando de bairro, na sexualidade precoce e vazia, nas "queimas das fitas", na bravata do álcool, etc) e uma geração idosa cada vez mais abandonada.

1 comentário:

Unknown disse...

Enfim, modernices. Os do esquerdume não vêem nada disso que aqui muito bem escreveste.