Pois antes do Abril:
- Havia flores de todos os tipos e cores, as árvores punham folhas e flores, os passarinhos faziam brincadeiras marotas por todos os cantos, os trinados entoavam pela manhã, as minhas abóboras cresciam bonitas, os riachos corriam, o sol aquecia a terra e as gentes, as couves estavam viçosas, as laranjeiras cobriam-se de branco, os kiwis perfumavam o ambiente, as pessoas andavam alegres e felizes, não havia muita birra... E agora?
- Agora é capitães de Abril, as mulheres dos capitães de Abril, os miúdos de Abril, os cantores de Abril, as birras de todos os anteriores, os cravos e mais nada, os chaimites, os cercos, as ameaças de demolições à canhonada pelos militares de Abril, as canções de intervenção, aberrações de todo o tipo, a intervenção de tudo e todos, os destacamentos de cavalaria e infantaria, o cunhal, o "fássismo", o soares, a censura, a polícia política, o mauzão Salazar e todos os livros e sentenças do santo oficio de Abril, os CDs com sons de Abril, as couves que não saem do sítio pela falta de sol, as galinhas que só agora põem ovo, uma das minhas courgettes ainda bebé engolida por um caracol que bem me enganou nestes dias que estive ausente, o doce de abóbora que está no fim, o quintal encharcado, o tractorista que não aparece, o Facebook de Abril e mais parvoíces de mijar a rir.
Estou cansado de ver o Abril destruído, espezinhado, triste, macambúzio e medonho. Este ano vou fazer uma nova abordagem! Esta.