abril 06, 2014

Antes de Abril era a falta da constelação

.... era tudo muito cinzento. Não havia sol, não havia aragem, não se falava de sexo, não se viam filmes com quecas, não se podia falar, não havia poligamia, as mulheres não eram mulheres, os padres não podiam abandonar o sacerdócio e constituir família,  homens eram mais sisudos, não havia poliandria e assim coisas realmente excitantes. Deu-se o Abril 25 e a SIC-em(Balsemada) mostra as maravilhas do dia santo.

Um rapazinho, que não aguenta uma bolada no futebol nas bentas, professor universitário como convém pois de outra forma não poderia ter este sucesso, apresenta ali uma relação com três ou quatro garinas: duas sempre em casa para o que der e vier e outras por aí a voar. Chama a isto uma "constelação familiar": astral, sem dúvida. Tudo claro ... clarinho. Claro que elas também podem ir à sua vidinha: nada de compromissos. Tudo avançado, tudo explicado .. swings etc em alta rotação intelectual que espírito não abençoado pelos capitães de Abril não enxergava até aí.

Depois um ex-padre, filmado numa capela como convém , tocado por figura feminina queixa-se oprimido. Abril é maravilhoso ... os chaimites pisam qualquer coisa que seja conveniente: é só escolher.

2 comentários:

Anónimo disse...

O 25 de Abril foi o pontapé de saída para a derrocada. Se os gregos têm a "tragédia grega", nós temos o triste Fado.

Unknown disse...

Eu posso confirmar que, até 24 de Abril, a vida era a preto e branco. No dia 25 ficámos todos espantados, porque começou tudo a ganhar cor. 40 anos depois, continuamos com uma elite endinheirada e de vistas curtas, com clientelismo, com fome, a emigrar para fugir à dita, com caciquismo, com Futebol, Fado (agora é à Camané e Deolinda) e Fátima (agora é Campos Ferreira), mas cheios de cor! Cheios de constelações de forrobodó e cenas assim, tás a ver?...

Bóf!