Não esperava nada do Congresso de jornalistas! Fiquei com a certeza do nada quando vi em destaque o Balsemão e o Proença de Carvalho.
As resoluções podem ser consultadas: estão na net. Nitidamente não perceberam o mundo que os rodeia nem as razões da continua degradação da sua imagem, da venda dos jornais e das audiências cada vez mais reduzidas.
Reforçaram uma tendência corporativista, de clamar por regulação (auto, externa e intervenção na externa), por sindicatos, querem ir junto da população (então mas não é isto que deveriam estar a fazer?) e mais salários.
Não perceberam que as questiúnculas, a superficialidade na abordagem dos temas, a preguiça em estudar e investigar os assuntos, o culto cego de personalidades, o seguidismo descerebrado, os favoritismos, a omissão de factos relevantes, a ocultação do acontecimento, o desequilíbrio da reportagem conforme o perpetrador dos factos, a duplicidade de juízos sobre casos iguais, o realce do acessório e o apoucamento do importante, o escamotear de acontecimentos, a paixão ideológica e a subserviência política que daí advém não fazem bom jornalismo.
Não compro jornais: quando comprava apenas duas ou três páginas mereciam leitura. Os blogues são bem melhores. Em resumo: uma oportunidade perdida.
2 comentários:
Leio todos os jornais nacionais pela manhã. Com a esperança lorpa de encontrar por lá investigação séria e independente; reportagens longas e literariamente cuidadas; e opinião articulada e livre.
É uma esperança que dura pouco: à minha frente, e tirando todas as excepções da praxe, aquilo que encontro são fretes políticos mal disfarçados (e que aumentam nos governos PS); panfletos vagabundos com as causas ‘fracturantes’ do momento; e um enxame de ‘políticos’ (oficiais ou oficiosos) a medrar as suas ‘agendas’.
Sem surpresa, este cenário não entusiasma os leitores; e a imprensa, de ano para ano, afunda – em vendas e publicidade.
Os jornalistas podem debater as razões do naufrágio e amaldiçoar a internet com fanatismo. Só espero que, no meio da lamúria, haja por lá uma voz temerária para lembrar que a crise dos jornais não vem apenas de fora; ela começa de dentro.----João Pereira Coutinho no CM
Julgo que isto é bom. Esta falta de compreensão dos acontecimentos recentes por parte da imprensa "tuga" levará à alienação de cada vez mais leitores e à queda continuada das vendas dos jornais. Pela minha parte, é uma mudança bem-vinda: os jornais são necessários, mas a imparcialidade noticiosa é ainda mais necessária para o bem da comunidade.
Felizmente, os nossos jornalistas ainda não perceberam que nada enfurece mais os leitores do que a mentira. A constatação de que as notícias são dadas de uma forma distorcida e que há informação relevante que é sistematicamente omitda, faz muitos mais estragos do que qualquer escândalo de corrupção.
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