Podia ser uma consequência do resultado do jogo de bisca lambida, uma revelação das entranhas de uma galinha do campo, uma conjugação astral infeliz ou o capricho de uma mão cheia de búzios às cambalhotas. Podia ser uma infância infeliz, uma puberdade mal resolvida ou uma vida de ociosidade, depois de falhada a paixão da educação. Talvez sejam até todas as razões que motivam a cretinice continuada da Juventude Socialista. A verticalidade deu origem à horizontalidade e não há vocabulário para a descrever que não acabe no látex.
Agora é a distribuição de preservativos na escola que vai salvar o mundo das maleitas globais, das doenças de não sei quê, da saúde reprodutiva, da saúde pública e outras patetices tiradas de um contentor da história da intrujice moderna. Espera-se para breve na escola uns gabinetes em regime de cama quente para testar o material, umas cervejitas tamanho infantil para ensinar a beber com moderação e um quadro para swingers. Está proibido o pastel de nata, o caramujo, a Coca-Cola, a tosta mista, o chocolate e a pastilha elástica: arruínam a saúde.
Os pais agora não contam nada, as boas decisões estão cada vez mais no infalível Estado e nem sequer a Escola podemos escolher: trabalhamos, pagamos e calamos (uma escravatura moderna). Os valores morais que tentamos incutir nos filhos são espezinhados por uns iluminados sentados no parlamento e a liberdade vai-se esvaindo. Muitos destes "sentados" nem sabem bem como lá conseguiram chegar: levantam-se, sentam-se, chegam Segunda à tarde, saem Sexta de manhã, tiram férias de 3 meses, não sabem apontar no mapa a localização do Japão e consultam a conta bancária amiúde.
A política não é para tomar medidas pensadas com profundidade: o que interessa é causar espanto, mudar seja lá o que for, mandar uns palpites, chocar a populaça para ocultar falhanços em série, explorar casos excepcionais, ignorar o desastre da legislação já produzida ou remendar com nova ainda pior, calar as estatísticas que não interessam, realçar minorias e aberrações, fabricar desígnios, enfatizar o acessório, ignorar o essencial, culpar os outros, esticar os limites da paciência e no fim chamar os jornalistas para fazer figura. É a política espectáculo arredada da racionalidade, incapaz de analisar as consequências na sociedade que estão bem à vista de todos e a agudizar-se. Mais pobreza, mais drogados, mais violência –doméstica, companheiro, velhos, crianças- menos sucesso escolar, menos solidariedade, mais ....é o retrocesso ao Silex. Eyes Wide Shut.
Sem comentários:
Enviar um comentário