Saí de bicicleta para pagar o pão.
Regressei pelo caminho que fazia entre a Escola Primária e a casa. Recordei:
- Numa esquina as paragens para o jogo de berlinde e pião na estrada McAdam com um colega que vivia muito perto. Sortudo: 3 minutos e estava na Escola.
- Mais adiante um muro que achava altíssimo e suscitava mistério sobre o que estaria para além dele. Apenas e quase sempre um campo de batatas ou milho mas havia que confirmar em cima dos ombros do colega
- De seguida um limoeiro que o colega dizia que dava limões doces. À pedrada lá derrubámos um para comprovar o impossível
- No quarteirão seguinte mais uma paragem na casa do Abreu. O Abreu era irritadiço e nós aproveitávamos para o aborrecer "Ó Abreu abre ... que lá vou eu" (censurada por ser mal educada)
- Adiante campos com poços de regadio onde nos diziam para não espreitar pois vinha a Maria da Grade que puxava os meninos. Mas era tão tentador ..Apanhávamos gafanhotos que prendíamos com um fio fino e pescávamos as rãs. As desgraçadas voltavam ao poço de imediato para no dia seguinte voltarem a ser capturadas
- Mais adiante a casa em ruínas onde comprei o primeiro gelado (água com refresco Royal)
- A oliveira onde no dia da Ascenção ficámos até ao meio dia. A velhinha avó do meu colega tinha assegurado que a esta hora as folhas fariam uma cruz.
- Finalmente um longo troço de estrada onde jogávamos futebol.
Adiante ... pois ... a parte pior. Quase sempre aparecia a família em aflição por chegar tarde a casa. Eu perdoava pois não sabiam todas as tarefas que íamos fazendo em 2.0km de marcha efectuada quatro vezes por dia .
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