abril 01, 2010

Aborto: O Balanço

Fez-se recentemente um balanço do número de abortos realizados ao abrigo da política “o homem não conta, a mulher decide, o Estado garante e o Povinho paga” em que degeneraram as promessas de José Sócrates “de ver aplicadas as melhores práticas” para abordar o problema. Constato que a desfaçatez continua, tendo uma Sra aparecido nas TVs a comentar o aumento do número de abortos acabando por dizer que não houve aumento. Podemos concluir agora que:

  • Há ou não há mulheres a abortar com a mesma disposição de quem vai à manicure? Há! Assim como há homens que igualmente se borrifam perante a possibilidade de gerar um ser humano e este ser abortado.
  • A lei prevê sanções para quem aborte ou realize abortos fora dos prazos permitidos e dos estabelecimentos autorizados. Quantos casos foram investigados e punidos? É que se haviam 20 000 abortos anuais então haverá ainda 10000 no vão de escada? Terão mudado de sítio e agora são nas águas furtadas?
  • Quantas mulheres engravidaram afinal por falta de informação (dela e do parceiro)?
  • Se o aborto era crime o medo de ser punido levava os abortadores a terem cuidado. Suponho que no “serviço público” este cuidado será algo mais relaxado. Não há problemas quanto a sequelas do aborto feitas nos “estabelecimentos autorizados”? É tudo perfeito? Há casos? Quantos? Qual a percentagem em relação aos realizados no vão-de-escada? É semelhante, não é? Então mentiram-nos para pôr todos os portugueses a pagar algo que a muitos lhe causa objecção de consciência.
  • O deputado Sérgio Sousa Pinto disse a um jornal, em Abril de 1998, que entravam cerca de 11000 mulheres/ano nos hospitais por sequelas de aborto! (Odete Santos dizia, na mesma entrevista, haver 200000 abortos por ano em Portugal). Ora se há 11000 abortos por ano tenho a sensação que este Sr (e Sra) mentiu descaradamente e devia retratar-se. Se não mentiu restam 10000 abortos no vão-de-escada e deviam chegar 5000 com sequelas aos Hospitais? Estão-nos a ocultar isso? Se aparecem então falharam e se não aparecem então mentiam ou então as autoridades continuam a não ligar ao assunto!

Suponho que seguirão de alguma forma as mulheres que abortaram e o seu entorno. Pergunto:

  • Quantas viram melhorada a sua vida por abortarem?
  • Que pensam os filhos que tinham (ou que virão a ter) do aborto de irmãos? Dizem-lhes? Ocultam-lhe? É que a hipocrisia também se mede aqui! Os filhos não gostam de saber que irmãos foram retalhados!
  • Desde a liberalização do aborto como evoluiu o respeito pela criança no seio da família onde se fez o aborto, das famílias e na sociedade em geral? Melhorou ou piorou? Porquê?
  • O homem tornou-se mais responsável ou mais relaxado quanto à prole? Se é mais relaxado perderam todos.
  • A pobreza em que vivem as crianças aumentou ou diminui?
  • A saúde psicológica das mulheres melhorou ou piorou depois de praticarem o aborto? Quantas mulheres se suicidaram pelo facto de ficarem grávidas? Se calhar nenhuma não é? Extraordinário o facto do suicídio de mulheres grávidas ser quase inexistente!
  • Quantas empresas se esforçaram desde a liberalização do aborto por melhor aceitar a mulher grávida sendo tolerante com as suas ausências e necessidades de mãe?
  • Há um acompanhamento e cruzamento de dados (não me venham com o sigilo para cima do assunto) das mulheres que abortaram e posteriormente tiveram gravidez ectópica, cancro da mama, se sujeitam a tratamentos de infertilidade, se suicidaram ou caíram em depressões graves?

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