Cerca de 22% do salário vai para a Caixa Geral de Aposentações. Vamos supor que entregamos este dinheiro a um gestor. Com investimentos criteriosos consegue uma rentabilidade média sobre o capital acumulado superior à taxa de inflação.
Quando a idade de reforma é atingida o aposentado retira no início de cada ano o salário correspondente (menos os 22% uma vez que já não contribui para a sua reforma) deixando o restante a capitalizar até se esgotar. Quanto anos poderá viver da reforma?
Cenário 1:
A rentabilidade é de 1.5% superior à inflação;
Uma carreira contributiva de 36 anos;
Início das contribuições aos 25 anos pelo que a idade de aposentação ocorre aos 61 anos;
O reformado poderá viver 13.5 anos ou seja até aos 74.5 anos que é superior à esperança de vida do homem;
Cenário 2:
Igual ao anterior excepto que a rentabilidade é ligeiramente superior (1.75%);
O reformado viverá da sua reforma mais 1 ano e dois meses que no caso anterior;
Cenário 3:
Rendimento de 1.75%
Carreira contributiva de 40 anos;
A aposentação ocorre aos 65 anos;
O reformado viveria mais de 17.5 anos da sua reforma ou seja até aos 82.5 anos (muito além da esperança média de vida de homens e mulheres). E ainda falam em adiar a idade da reforma para os 67 anos!
É legítimo assumir que burocratas, nomeados mais pelo curriculum da intriga partidária que pela competência, possam gerir o dinheiro entregue à sua guarda melhor que um gestor profissional?
- Não jogarão os políticos o dinheiro das reformas em jogadas sujas para ganhar votos?
- Não se atribuirão a si próprios pensões injustificadas perante a sua carreira contributiva?
- Não serão mais permeáveis a pressões de algumas classes que pretendem benesses injustificadas?
- Acaso serão capazes de descobrir melhores oportunidades de investimento que privados?
- A quem entregam o dinheiro das pessoas que nunca chegam a reformar-se (por exemplo por morte)?
A única diferença fundamental entre o Estado e um privado é que o Estado pode aumentar os impostos para cobrir (e encobrir) uma gestão irresponsável. Todos pagam as asneiras da gestão pública!
Pode um Fundo privado de pensões falir? Pode. Mas um público também! Na Argentina o fundo público de pensões faliu e a Sra Kirchner Botox confiscou os Fundos Privados de Pensões!
O sistema de pensões chileno criado por Pinochet é gerido por privados, vigiado por várias entidades incluindo sindicatos, e nunca perdeu um tostão nem mesmo com a recente crise económica.
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