outubro 07, 2010

A barraquinha do riso

A minha avó, que nasceu no tempo da Monarquia e se lembrava da morte do Rei D. Carlos, apesar de viver nesse tempo "do atraso" (segundo o evangelista Louça) a que se seguiu esse tempo de banditismo institucionalizado chamado I República (tempo de "grandes valores" para  o discípulo Fernando Rosas que aliás não deve enxergar para além da ponta do cachimbo) lia e escrevia como ninguém assim como o marido. Curiosamente muitas pessoas ligeiramente mais novas eram analfabetas.

Mas, dizia eu, a minha avó que morreu quase centenária dizia que mais valia "cair-se em graça que ser engraçado".

A capelinha TVI tem no seu pedestal maior o teleprompter Obama. E tudo o que Obama faz tem imensa graça e merece uns minutos de primetime no Jornaleco da noite. No outro dia estava esta vedeta minguante a discursar e caiu o microfone. Ele reparou e, como não tinha o cão-de-água para ir buscar nem apareceu nenhum do seu entorno, achou graça e disse:
- Caiu o microfone. Deve haver muita gente lá atrás preocupada! (risos da plateia)
A câmara recua e vêm-se os teleprompter "anjinhos da guarda" desta sumidade. Obama, o homem da Hope sem nada para ler e ainda menos naquela cabecinha orelhuda, não teve remédio: inventou.
- Onde é que nós íamos? (risos na plateia bem adestrada).
O pivot do Telejornal também se riu. Eu tentei mas não consegui. Um resto de comida entre dois molares a que se juntou o encravamento do suposto salvador fio dental tiraram-me esse momento sublime. Fica para a próxima ... e que não venha tão cedo.

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