A favela antes de Lula era o local para onde os pobres e excluídos, vitimas da sociedade e do capitalismo, eram empurrados e ostracizados. A delinquência era vista com muita tolerância e como uma sequela perfeitamente desculpável. Lula veio acabar com a favela e tirar todos da pobreza com a Bolsa Família. Agora manda a tropa, blindados, militares e helicópteros para perseguir os malfeitores que nunca tinha visto e que as TV, jornais e todos os órgãos de comunicação social descobrem de repente a cada canto. Entrevistam entusiasmadas as forças da ordem, filmam traficantes, pesam cada kg do ganha pão capturado aos "caras" e espreitam os esgotos por onde eles vão fugindo. Já vão meia centena de mortos e ainda não chegaram à Rocinha. Pergunto quando chegarão ao Palácio do Planalto onde estão os cabecilhas.
A violência das tropas de Marrocos sobre o Sahara Ocidental, onde nem os colégios escapam ao exército do Rei de Rabat e arredores, passa completamente despercebida e os mortos são esquecidos como os traficantes do Rio de Janeiro.
A RTP-2 estava em choque: arranjou finalmente um caso de injustiça no Mundo. Um soldado israelita foi finalmente condenado em Tribunal Militar pelo horrendo crime de em Gaza, ter apartado um miúdo da mãe para lhe revistar a mochila. O puto, apesar de não lhe terem roubado o yogurte nem a carteira dos cromos, ficou gordinho e reboludo com o susto desta tremenda violação dos direitos humanos. A mãe está inconsolável pela brandura da condenação, o petiz aprova e a jornalista derrete-se com o drama.
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