novembro 12, 2010

Pateguice

O Berloque de Esquerda, um pouco avesso a peixeiras e mais tolerante ao marisco, virou-se agora para o campo. Detestando Bancos agora quer ele próprio criar um Banco. A ideia luminosa é, segundo um personagem com ar sério e de quem percebe do assunto, criar um banco de terras, sem ocupar como fizeram os camaradas do PCP com os resultados bem conhecidos, para colocar ao dispor de quem quiser cultivar.

Ofuscados pela genial ideia jornalistas da TVI saíram do apartamento para relembrar as férias na província e carregaram os carrinhos -não de enxadas, ancinhos, adubo e bosta de vaca- de câmaras de filmar e agasalhos e rumaram ao Portugal profundo. Descobriram então extraordinários exemplos que os berloquistas tinham prognosticado:  um magote de gente ávida por ceder o amanho das suas terras e outro magote ansioso por as cultivar chegando à conclusão que poderiam catapultar a produção agrícola nacional com esta descoberta de terras ociosas. 

Viram então um futuro radioso com couves frescas na panela, nabos com cabeças reboludas para o jantar e um bucolismo romântico no andar de galochas pelo meio daquelas plantas desconhecidas para a maioria deles. As terras iriam milagrosamente deixar de produzir "combustível para os incêncios" (sic) e matar a fome à humanidade. 

Coitadinhos... são tão inocentes! Se passassem um tempito no campo logo teriam percebido que terras incultas não faltam e grande parte dos proprietários as daria ao cultivo a troco de nada. Mas esse mundo, além do apartamento com o Bonsai e o Estúdio,  é algo que não entendem.

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