dezembro 29, 2008

Criminalidade e crise


O Procurador Geral da República está preocupado com o facto da crise vir a aumentar a criminalidade violenta devido às carências provocadas por dificuldade económica.
Eu não estou de acordo que esta criminalidade se deva à crise económica. Infelizmente o que constatamos é que a criminalidade grave não é para obter alimentos nem dinheiro para os comprar. Trata-se na maioria dos casos para conseguir viver na ociosidade, sustentar os vícios (droga, tabaco, roupas e automóveis caros, etc) e dar azo a soltar a adrenalina e a bravata grupal. Este tipo de criminalidade resulta da decomposição da família iniciada após o 25 de Abril e é um preço que teremos que pagar por pelo menos mais uma geração (admitindo que se conseguia reverter este flagelo o que não é já possível). O Governo de António Guterres (admirei o homem abominei a sua governação) aumentou significativamente os apoios sociais e nem por isso a criminalidade violenta e grave diminuiu.
Temos três problemas a resolver
a) Ajudar, numa perspectiva de longo prazo, a manter coesas e fortes as famílias e a valorizar o seu trabalho e mérito (no emprego os adultos e na escola os jovens) . A família é a primeira plataforma de apoio nas dificuldades.
b) Ajudar as famílias com carências económicas básicas -estas não roubam, refugiam-se na vergonha, reduzem a comida, compram menos roupa, poupam no gás e no aquecimento, tiram o filho do infantário- algumas das quais terão cometido erros que teriam evitado as consequências mais funestas. Muitas lições podem ser retiradas e a comunicação social tem muito assunto para explorar em substituição dos episódios rocambolescos de qualquer triste actor da nossa praça.
c) Reprimir a grande criminalidade e perceber de facto as suas raízes mais profundas.

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