A mulher era a fada do lar que tudo cuidava com esmero, era a mãe galinha que orientava, era a mulher virtuosa que ganhava um lugar sentado no comboio e no autocarro, que punha fim aos palavrões e recebia umas chapeladas.
De repente viram nela a mulher objecto, a mulher explorada, a mulher que tinha filhos que não queria e nada como a emancipar para alcançar a modernidade progressista.
A mulher deixou de ser prostituta e passou a ser a trabalhadora do sexo, a mulher passou a trabalhar muito e disputar o lugar sentado com os homens a ouvir todo o tipo de linguagem obscena, o "aqui mando eu" passou a ser "aqui manda quem paga mais" e a mãe galinha passa a mãe chocadeira.
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