junho 27, 2013

Ramos de Flores

Se há personagem que serve para vender livros, trazer qualquer alcoviteiro e inútil gato-sapato à TV é António de Oliveira Salazar.

A propósito da última "criada de Salazar" lá se fez uma reportagem que estava a ser bem interessante não fosse um empecilho, que mantém conservado o trotskismo fossilizado em fumo de cachimbo, meter o nariz no assunto. O nome é Rosas, tem a mania de ser historiador e assume lugar cativo para comentar o "fássismo". Que baderna trazia este pequenito que não distingue uma alface de uma couve-flor sem uma etiqueta preto no branco e tamanho de letra 28:

  • Uma gravura em que um homem entra de enxada às costas na casa onde a mulher trata das lides caseiras e os filhos estudam numa mesa. Que vê na gravura? Tudo negativo! A mulher "na sua função" diz ele. Miúdos a estudar? Enxada? Mas que é isso? O normal seria os putos a fumar erva, a mulher mãe solteira e o pai a fazer greve na Carris, Metro ou CP e na bebedeira em bares da noite. Todos de bandeira revolucionária à volta de amados lideres, condutores infalíveis que cuidam do povo: alimentação, ideologia e o destino na vida.
  • O reverendíssimo trotskista não sabe que Portugal era um país rural. Os cromos da revolução bolchevique redundaram em mais fome que o Portugal, que Salazar recebeu dos "camaradas" nos anos 30, brindou aos seus.
  • Rosas então admirava-se ainda por Salazar controlar as Forças Armadas, coisa que eu pensava ser típico de uma democracia.

Mas o ramalhete ainda não estava completo. Sai mais um livrito sobre o mesmo tema de um jornalista que trabalha numa "redacção muito coesa" que deve ser a mesma da revista Visão. A visão é grande e descobriram a criada. Mas que diz o pequenito jornalista, de cueiros quando Salazar partiu, de tão formidável obra que é a sua e a de Salazar? Afirma sobre Salazar o seguinte:
  • Salazar preocupava-se com o galinheiro! Como é possível preocupar-se com o galinheiro se o país tinha problemas? Como posso ir dar comer às galinhas e encher-lhe a pia de água quando o miúdo está com febre?
  • Salazar preocupava-se com as colheitas na sua terra. Como é possível ter esta preocupação pelo bem estar e sucesso dos seus conterrâneos com o país que tinha? Isto é "fássismo" em estado puro!
  • O salário da criada não lhe era colocado nas mãos de adolescente! Ia directamente para o Banco! Isto era "fássismo" a sério: hoje nem se sonha com isso. Saídas a toda a hora não havia! Incrível.
  • Depois era o sítio onde caiu o Presidente do Conselho: varanda, corredor, biblioteca? Mistério.  
Rosas? Sim! Mas no túmulo em Santa Comba. Uns anões não fazem sombra: antes pelo contrário.



3 comentários:

John Oliveira disse...

"Todos de bandeiras revolucionárias no ar" - ainda estou a rir! XD

Ah, se o ridículo matasse, o Rosas estava hoje mesmo de partida!

Abraço,

IB

Anónimo disse...

Vou-lhe roubar esta posta, amigo. Nem mais. Não sei como é que dão tempo de antena a esse rosas. Deve ser para ele não acusar ninguém de ser fasço...

Anónimo disse...

O Tio Salazar lá tinha os seus defeitos, mas pelo manos sabia o que fazia.
Quanto à malta de vermelho, para esses o Estaline (Tio Estala, para os mais chegados) é que era bom.
EJSantos