janeiro 31, 2009

A lei do Divórcio e a bolha "social"

Cavaco Silva fez ontem uma importante intervenção em que criticou a lei do Divórcio e os legisladores. Ligou o divórcio a muita da pobreza que vai crescendo no país. Os jornalistas de serviço pareceram mais interessados na segurança que rodeava o Presidente da República.
De facto o casamento como um projecto de vida, em que até um dos elementos do casal poderia ficar em casa a cuidar e dar uma educação esmerada aos filhos, acabou. O que fica do casamento é uma associação que se pode desfazer mais facilmente que um contrato de trabalho qualquer. Acaba num esgrimir de folhas de Excel e alguns deserdados dos afectos e das referências que conheciam desde que abriram os olhos a primeira vez ou talvez antes. Hoje Alberto João Jardim, homem polémico mas de uma sinceridade genuína, tocou no mesmo tema.

Tivemos a bolha do imobiliário, fruto de uma regulação mal feita do socialismo financeiro dos democratas dos EUA, que colocou dinheiro barato no mercado. As pessoas compraram -mais, maior, melhor e a dobrar- além daquilo que podiam pagar.

Com esta lei do divórcio na legislação vamos ter uma bolha do social. Há uma arrelia, uma paixoneta, uma contrariedade ... divórcio. Já temos connosco uma nova geração de jovens não preparados para a vida. O aumento da criminalidade, da droga, dos assaltos, dos assassínios e do desprezo geral por tudo e todos é evidente. Os custos serão enormes. Grande parte recai directamente sobre quem sofre os crimes pois o Estado alheia-se da maioria das vítimas e deixa o criminoso na Rua para continuar a sua actividade. Mas a médio prazo será o país a sofrer.

Muitos destes jovens, sem pai ou mãe em simultâneo, arrastam-se do banco da escola para a consola dos jogos em casa durante anos sem que ninguém se interesse por eles: o seu rendimento escolar não é escrutinado. A sua vida na escola e entre a escola e a casa é completamente ignorada. Os valores morais não são transmitidos as âncoras não existem. Serão estes os futuros profissionais de qualquer coisa. Muitos terminam o liceu sem saber calcular o preço de um produto acrescido do IVA.

A esquerda critica os empresários que fecham impunemente empresas (deixando trabalhadores no desemprego) para abrir outras mais ao lado, querem contratos de trabalho eternos (que são de mera conveniência entre duas partes) mas patrocinaram a lei que autoriza qualquer um a destruir a sua pequena empresa familiar num ápice deixando os mais frágeis em situações calamitosas.

Deixo aqui em baixo a minha homenagem aos orgulhosos legisladores da lei do divórcio.



1 comentário:

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.