janeiro 31, 2014

Praxes e praxados

O país anda em entretenimento colectivo: ora são as aventuras e desventuras de Hollande, as acrobacias automóveis de Justin Bieber, as praxes académicas, a pancadaria nas escolas e os desvairados despesismos  de Dilma (que rapidamente passou da clandestinidade assassina às mordomias espampanantes do Estado).

Qual é o  elo comum de tudo isto? A perda de valores essenciais. O desejo de afirmação das pessoas passa pela exibição de poder, riqueza, força e fama. Neste processo são cilindrados todos os outros (esposas, os cidadãos que circulam na via pública, os jovens que conseguiram resultados num jogo de futebol, os cidadãos que pagam impostos). A consciência colectiva do bem e do mal esfumou-se: tudo é relativo e justificável, quase todos querem evidenciar-se fazendo mais escândalo. O essencial é ser falado. A comunicação social é atraída pela violência, pelo escândalo e pelo esotérico: a inundação com informação mal filtrada, manhosamente seleccionada, as meias palavras, a administração cuidada do tempo de antena distorce a realidade.

Somos todos praxados.


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