Há que enterrar mais de 50 mortos mas há que buscar responsáveis políticos por esta tragédia para respeitar a sua memória. O ano passado ardeu uma muito significativa área de floresta e este ano a factura é ainda maior.
Oiço as TVs e a retórica é muito distinta da aplicada a outros governos: culpa-se a humidade, culpa-se o vento, culpa-se a seca, culpa-se um conjunto de situações excepcionais. Hoje falou um secretário de Estado que se "quer manter afastado".
Não se fala de cortes, de falta de organização, de falta de meios, de falta de planeamento, de falta de prevenção e de falta de estratégia para reagir a situações que se desenvolvem e alteram rapidamente.
2 comentários:
"Nunca um fogo em Portugal matou tanta gente. O pior que o País pode fazer é culpar uma coincidência nefasta de fatores, desde a trovoada seca às elevadas temperaturas e ausência de humidade, para explicar a tragédia, sem apurar com exatidão o que aconteceu e tirar consequências desses resultados. É preciso investigar com rigor o que se passou para aprendermos com os erros e evitar que este inferno se repita. O trabalho de combate ao fogo por parte de bombeiros, GNR e outras forças tem sido heroico, mas o que falhou foi a prevenção. Ao contrário do que no calor dos acontecimentos disse o Presidente da República, não se fez o máximo do que poderia ser feito. A maior parte das vítimas morreu numa estrada nacional. Uma via que liga vilas deste País. Se tudo tivesse funcionado, aquela estrada 236 teria sido encerrada antes da tragédia. Também é inadmissível que haja uma total rutura nas ligações telefónicas. E há o crónico problema do ordenamento florestal e da falta de limpeza da floresta. Se a mata estivesse limpa, com menos material combustível, e se houvesse corredores de proteção entre a estrada e a vegetação, a velocidade e a intensidade das chamas seriam certamente menores. É fundamental que a investigação séria e exaustiva a esta tragédia seja célere e haja consequências ainda nesta época estival e não se aguarde como anteriormente pelas conclusões já em tempo de outono."
Editorial do jornal CM
Caro Bilder
De acordo excepto no limpar as matas ... é uma utopia! É para esquecer: o terreno é acidentado, os proprietários são velhos, não têm dinheiro nem rendimentos para isso.
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