março 05, 2010

Feios, Porcos e Maus: de Garzons a Saramagos (2)

E se um alto magistrado, com direito a escolta pessoal pois lida com sérios casos de corrupção ou tráfico de droga, tivesse o seguinte curriculum:

  • Investigasse terrorismo de Estado não publicando os resultados da conclusão da sua investigação pois prejudicaria alguém;
  • Mandasse prender um ditador retirado e deixasse intocáveis outros muito mais cruéis e ainda no cargo;
  • Ordenasse escutas não permitidas por lei entre um cliente e um advogado no parlatório de uma prisão;
  • Parasse completamente a investigação de um colega num caso de filtração de informação policial a um bando terrorista com centenas de mortes no curriculum;
  • Mandasse a sua escolta pessoal livrar o filho de uma grave infracção de trânsito evitando que fosse sancionada pela polícia ou intimidar um cidadão que lhe dirige a palavra no maior respeito;
  • Fizesse tábua rasa de uma amnistia aprovada no parlamento contemplando todos os actores de uma guerra civil e arremetesse contra personagens já falecidas esquecendo o ainda vivo e mandante comprovado da matança de 12000 pessoas (homens, mulheres e crianças) no maior massacre desta mesma guerra;
  • Enviasse cartas assinadas na qualidade de Magistrado pedindo dinheiro a um banqueiro para actividades pessoais, aceitando de seguida um caso referente a esse mesmo banqueiro;
  • Recebesse, sem autorização para tal do orgão que integra, largas verbas em conferências e não as declarasse.

E se os alvos da sua Justiça fossem puramente ideológicos e não resultado da simples aplicação das leis votadas num parlamento? Isto é um Juiz ou um meliante com toga?

Trata-se do Juiz Baltazar Garzon da Audiência Nacional e talvez tenha os dias contados na Magistratura pois correm várias querelas contra ele. Tem este Juiz ainda quem o defenda e o apoie? Tem!

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