"O Papa ou a Igreja defendem-se obviamente mal. Não se defendem de todo. Se alguém lança uma calunia sobre o Papa, ele não pode responder lançando uma calúnia de volta; se alguém o insulta, Ele não pode insultar em troca; se alguém o difama, Ele não pode difamar também; se alguém o acusa, Ele não pode retribuír a acusação. Não existe nada de mais fácil, e também de mais desprezível, do que bater na Igreja, sobretudo no Papa. Os valentões que batem na Igreja ou no Papa são os mesmos que estão prontos a bater em mulheres ou em qualquer pessoa indefesa. Normalmente são os mesmos que não são capazes de bater em homens, porque sabem o que é que lhes acontecia. Não faltam valentões destes na história desde a Reforma e o Iluminismo. E em Portugal, então - mas é justo que se diga, não apenas em Portugal -, os intelectuais mais agressivos começam sempre por bater na Igreja, porque não conseguem bater em mais ninguém, sobretudo que seja homem."
Pedro Arroja em Portugal contemporâneo
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