A família espera, frente ao televisor e com ansiedade, saber quem matou a Ana Maria. Nesta novela calhou a uma mulher ser morta; na novela passada foi um homem: está justo.
A esposa lança-me um olhar e diz para animar “Estás com um ar decrépito e um olho inchado: Hoje não durmo contigo”. Encorajador! Obrigado.
Passeio os olhos pelo Canal 1. Uma moçoila giríssima passa o futebol e mostra grandes golos franceses comentando com ar entendido.
Pego no folheto do Lidl. Uma página completa de infames ataques ao vírus da Gripà: sabão líquido para ter as mãos limpinhas, gel desinfectante para matar algum resistente e por fim toalhetes para levar a guerra no bolso.
Olhada na net: na minha Venezuela, Chavez, depois de um fim de semana com 65 assassínios só em Caracas, agradou-se de um Hotel Hilton durante uma cimeira da PetroCaribe, achou os espaços generosos, invejou o turismo de ricos, fez birra “Eu quero este Hotel” e mandou nacionalizar. O golfe é igualmente cansativo para o peso dele e logo para os outros também: mandou encerrar dois golfes. As coisas estão a azedar e duas açucareiras vão também ser nacionalizadas. Mais ao lado na Nicarágua o Sr. Ortega, estuprador da própria filha adoptiva, descobriu ter visco na cadeira presidencial: fez gato-sapato da constituição e arranja novo mandato tal qual Somoza. Bastava levarem os dois: o Ortega e a cadeira.
Tento auto-medicação: leio as bulas. Perigoso: efeitos secundários são imensos (taquicardia, boca seca, alergias, subida de tensão, sei lá … o Diabo a sete). Já sinto todos os sintomas mesmo sem tomar nada. Perco a fé na Medicina.
Mais vale voltar ao quarto…Mundo perigoso.
Chega a esposa pouco depois:
- Já sabes quem matou a Ana Maria?
- Não, vai demorar o dobro.
- Porquê?
- Agora só passam meio episódio por dia.
Escravidão!!
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