Um casal – sim, um casal com papéis e tudo (nada de economia informal) pois os papeis são uma prova de coragem- pode ter que avaliar a melhor forma de entregar a declaração de IRS. Talvez proceder como os que vivem em uniões de facto ou solteiros seja mais vantajoso.
Um casal, que se uniu para partilhar amor, partilhar salários, juntar esforços, dividir sacrifícios, gerar e educar filhos, é presa fácil de um fisco torpe e vadio. Haverá forma mais sincera e desinteressada de políticas sociais que as que se praticam na família?
Um casal com filhos:
-que chega a casa e tem que os ensinar, cozinhar, lavar pilhas de roupa;
- que interrompe e perde dias de trabalho e salário para lhe ir tratar da papelada, levar ao médico, ir a reuniões de escola, ficar em casa em caso de doença;
-que prescinde de férias caras e luxuosas pois não pode pagar alojamento e viagens para todos;
- que aforra o que pode para os educar da melhor maneira possível;
- que paga, por ultrapassar escalões, o m3 de água mais caro que o vizinho ao lado que não tem filhos;
- que ampara os pais velhinhos pois gosta de os ter consigo (e não em casas de morrer com visitas breves ao fim de semana) no meio dos respectivos netos e filhos o mais tempo possível;
-que ampara o filho mais velho que não arranja emprego;
é desconsiderado completamente pelo fisco. Os filhos são considerados para efeitos fiscais pouco mais que animais domésticos.
Este casal, que é o sustentáculo e garantia de continuidade da sociedade, tem ainda que se humilhar a procurar uma forma mais favorável de submeter o IRS?
Vivemos numa sociedade decadente, moribunda e em autofagia permanente. Temos que acabar com este esbulho descarado!
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