Perguntei-lhe se achava que a revolução francesa tinha sido boa. Disse-me que sim. Porquê? Porque acabou com os reis. Retorqui-lhe: mas trouxe a guerra ao nosso país com milhares de mortos, violações atrocidades. Que roubaram arte, ouro e tudo o que tinha valor. Ficou a pensar.
Expliquei-lhe as execuções pela guilhotina que multiplicaram muitas vezes as vítimas da Inquisição e da guilhotina ninguém pediu perdão. A populaça a divertir-se com as carroças e com as cabeças a cair no cesto. Disse-lhe que até uma mulher grávida guilhotinaram, que um grande cientista foi guilhotinado e não foi Galileu. Expliquei-lhe que a fome de antes se multiplicou depois, as revoltas na Vendeia e o massacre de centenas de milhares dos pobres e esfomeados.
O Rei tinha acabado mas veio outro que se chamou Imperador. E o imperador, esse Rei enorme, levou a guerra e a morte a toda a Europa como nunca tinha acontecido com qualquer Rei.
Vou-lhe explicar que afinal talvez por não haver um Rei agora todos queriam ser reis nem que fosse por um bocadinho. E falar-lhe-ei desses Reis: Lenin, Estaline, Hitler, Castro, Mussolini que mataram, invadiram, humilharam para ser grandes reis como nenhum outro rei. E que os povos deles, e outros por causa deles, passaram mais fome e mais dor que alguma vez outro rei tenha causado.
Explicar-lhe-ei que afinal temos alguns reizinhos também. Não são herança de sangue: são heranças de maçonarias, de Internacionais, de propaganda e da mentira. São reis alguns anos mas que ficam a ser reis para sempre: carros, mordomias, fundações e regalias pagas pelo Povo. Acrescentam ainda o desempenho de cargos que exigem competências que não têm. Que a nobreza acabou mas os filhos e familiares dos reis e seus séquitos ficam com cargos bem pagos em empresas públicas e na corte: não por direitos de competência mas sim afinal por obrigações de sangue.
Tudo tão diferente mas tão igual.
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