Foi com espanto que vi numa cimeira sindicalista Cândido Mendez das CCOO ao lado do professoral Carvalho da Silva. Vai-se ao site da CGTP e ao site do PCP e a linguagem é igual: punhos cerrados, luta, mobilização, especuladores, ataques, etc. Estas centrais sindicais são as rémulas da Internacional Comunista. As CCOO são cúmplices no lançamento de 4 milhões de espanhóis no desemprego sem um esboço de protesto. Como pode um sindicalismo ancorado numa ideologia defender o trabalhador? Acaso os interesses do trabalhador coincidem com uma ideologia que cria milhões de pobres?
Depois sorvem dinheiros públicos como esponjas e despedem eles próprios pessoal. A comunidade de Madrid vai corajosamente acabar com grande parte deste sindicalismo profissional de um exército de ociosos e poupará 70 milhões de euros por ano (70 Milhões por ano!!) .
Quem perde o emprego com 45 anos não encontra nada, metade dos que saem licenciados nada encontra e os restantes é a recibo verde para sempre ou umas horas a 3.5Euros/hora. O emprego está reservado a quem o tem: quem o perde está tramado. Entretanto os privilegiados trabalhadores da Auto-Europa (com aumentos de quase 4%) param igualmente a fábrica de Palmela. Que pretendem estes vândalos? Solidariedade? Com quem? Com os médicos cubanos escravizados em Portugal e Venezuela?
Querem convencer-nos que uma economia com um patrão único, com um sindicalismo amestrado pelo patrão único, com a polícia a mando do patrão único, com a justiça a fazer a vontade do patrão único conseguirão melhores condições de trabalho do que se puderem optar entre vários empregadores e empregos, que terão mais liberdade para reivindicar e que terão mais justiça?
A greve geral é um direito que não compagina com o regime democrático. Acredito em sectores descontentes que poderão ter razões para fazer greve e para protestar sectorialmente mas nunca em consonância geral.
Que pretende a Greve Geral? Condicionar um Governo? O Governo foi eleito para 4 anos e ao fim de 4 anos é julgado de novo: é para isso que o voto serve. Outros mecanismos estão constitucionalmente previstos para mudar de Governo. Uma Greve Geral é um golpismo encapotado. Sobretudo acho a greve geral ainda um egoísmo e uma provocação a quem não tem emprego.
O sindicatos que vimos são estruturas anacrónicas, velhas, esclerosadas e ancoradas em sofismas com quase 150 anos: perderam-se no tempo e no espaço. São alienígenas no mundo do trabalho. Era tempo de protestarem contra eles próprios e contra os previlégios de que usufruem.
Sindicatos? Sim, mas independentes! Honestos e generosos lutando com quem for necessário pelo justo e razoável sem objectivos que não sejam o progresso económico e a criação de empregos, empresas, empregadores e trabalhadores saudáveis financeiramente.