novembro 01, 2011

Uma questão de linguagem ... do do partido dos animais

Por variações estranhas do campo magnético, avaria da torre de controlo, perda de sincronismo do GPS ou outra diabrura aterrou no meu quintal uma pata. Deve ter-se escondido pois não tinha espaço para lançar voo até que foi descoberta pelo cão e, fugindo, estatelou-se contra o tronco de uma árvore.
Ficou imóvel e esticada: afastei o cão, apanhei-a e coloquei-a debaixo do braço. 

Levei-a para outra parte do quintal e, enquanto alimentava a capoeira, coloquei-a no chão. Pelo canto do olho vi-a deslizar como um comando para junto ao muro e desaparecer entre as ervas. Nunca mais lhe pus a vista em cima.

Contei o episódio em casa à mesa. Diz a mulher:
- Devias ter-lhe cortado as asas.
- Pois, nem me lembrei. Assim não podia fugir e tínhamos uma pata.

O miúdo ficou gelado.
- Oh, Oh ... estão malucos. Isso não se faz!

Eu respondi-lhe.
- Claro que se faz. Quando as aves podem fugir é habitual cortar as asas. Não sabias?
- Vocês estão todos malucos: e saiu indignado.

Ficámos a olhar uns para os outros sem perceber o motivo. Depois explicámos que não tencionávamos amputar o bicho mas apenas cortar as penas das asas.

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