fevereiro 27, 2010

Ainda sobre a Morte de Zapata

A morte de Zapata ainda me assombra. Ouvi uma mãe revoltada pela dor: uma dor tão grande que disse o que lhe apetecia sem ódio e sem os travões do medo do regime. Serena e indignada falava do filho que lhe levaram "com apenas 42 anos" e do corpo que não lhe entregavam.

Quem era Zapata: apenas um trabalhador negro da construção civil e canalizador. Um homem humilde preso por fazer um jejum. Já tinha sido torturado e espancado brutalmente ao ponto de ter sido necessária uma intervenção cirúrgica à cabeça. Negaram-lhe água durante 18 dias o que o levou a uma falência renal. Internado de seguida num hospital sem competências para o tratar morreu antes de cumprir os mais de 30 anos de prisão que lhe restavam. Não matou, não roubou, não violou.

Enquanto o corpo arrefecia Lula da Silva convivia à gargalhada com os Castro e ainda acabou por culpar Zapata do seu fim comparando-o, sem ponta de vergonha e remorso, com ele próprio quando fez uma greve e fome mas em total liberdade. Shame on you Lula.

Tenho vergonha, asco, repulsa por esta União Europeia que deixa por meias palavras a condenação desta morte que depressa vai ser esquecida dando lugar a "aproximações", "ajudas", "diálogo" e hipocrisias sem resultados à vista. Tenho vergonha da maioria dos Jornalistas a quem este acontecimento passou ao lado. Calar os Direitos Humanos, adular a Tirania, aceitar que regimes se imponham pela morte de inocentes não só é mau como pode ser trágico: convida a este monstro Europeu sem coração cair na mesma tentação como vamos dando conta a cada dia que passa.

A Europa precisa de uma revolução espiritual de que fala o pintor Russo Iliá Glazunov nesta extraordinária entrevista por César Vidal em Libertad Digital.

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