maio 08, 2011

Tele Merdia

Entre ver a TV e espreitar para dentro de um contentor público de lixo provavelmente optaria pelo segundo. Uma mola no nariz e aguentava-se com dignidade. O lixo não se mexe, não diz bacoradas, não explora o espectador e é absolutamente neutro (não toma partido).

Agora este dejecto a céu aberto, que além de tentar com as novelas não reproduzir a sociedade actual mas sim formatar a do futuro, dedica-se a lixiviados:

  • Acompanhar meia dúzia de parolos numa tribo de África onde são copiosamente cuspidos, gozados e maltratados no meio de uma malta de tanga que passeia descalça a rir-se deles mas com um ar sério.
  • Infernizar a vida de meia dúzia de obesos explorando publicamente os sentimentos destes, oferecendo imagens generosas de corpos generosos tentando fazer exercício físico e terminando este conjunto redentor de boas acções com a ida ao cadafalso da balança.
  • Ontem.. o pior. A SIC entrevistava uma personagem -não vi do início- que me parecia ser um daqueles da malta da luta. O dito vangloriava-se das drogas leves, dos charros em miúdo, do controlo que tinha sobre as drogas e o que estas lhe mostravam. Apontava como criminosos aqueles que faziam desaparecer temporariamente as drogas leves para induzir as drogas duras. Criminosos, segundo ele, era colocarem todas as drogas no mesmo saco. Elogiava a Califórnia por permitir o cultivo das drogas leves para consumo "medicinal" e como excelente ideia para angariar dinheiros de impostos. Não sabe este homem que as doenças mentais afectam numa percentagem esmagadora os que consumiram drogas leves na juventude.
Isto está de fugir.

2 comentários:

João Afonso Machado disse...

Lembra-se dos Taxi, grupo pop do Porto? Tinham uma música em que o refrão era: «Quem vè TV /sofre mais que no WC».
Pouca coisa muda no mundo.

Lura do Grilo disse...

Eh, Eh ... No WC ainda se pode levar um livro e estar sossegado!