Ontem, apesar do frio matinal, coloquei o nariz fora da toca. O cão já desfrutava duma nesga de Sol. Os passarinhos chilreavam. O PM também terá ficado entusiasmado. Com tanto frio que fazer para mostrar trabalho?
- Colocar uma primeira pedra? Irra que frio, nem pensar nisso. Aliás a argamassa congelaria antes de chegar, a não ser que o pedreiro se lembrasse de fazer chichi na água.
Não! Tinha que ser qualquer coisa com tecnologia, empreendedorismo, inovação, novas tecnologias, alguma cultura, etc … ou tudo junto. Sem estes ingredientes hoje em dia não se consegue literalmente nada e o país definhará e afundar-se-á ou quase (temos a cortiça que flutua e podemos amarrar uns barris delas em Monção, Bragança, Vila Real de Sto António e Ponta de Sagres). Mas tinha que ir mais alguém …. Quem?
O Ministro Pinto. O Ministro Pinto, tal como nós, já foi um ovo, cresceu, passou a feto, nasceu como Pinto, aprendeu a ler e a escrever e a atender telefonemas pelo nome de Pinto. Esta última capacidade, de repente, levou-o a Ministro.
Telefonaram-se e … ideia apresentar o programa INOV, já velho mas sempre a necessitar de carinho.
Num anfiteatro muito acolhedor lá passaram as novas tecnologias: uma bonita apresentação de um avião virtual a passar por uns cartazes também virtuais. Mais moderno é impossível. Bota faladura então o Ministro da Cultura:
- Gostaria de agradecer ao PM que teve esta ideia, bla, bla, bla,A audiência pasmava. Chegou a vez do PM.
- Gostaria de agradecer ao Ministro da Cultura, ……Amor com amor se paga.
Mas a malvada audiência não era de meninos louros, escolhidos a dedo e com enorme desejo de ter um Magalhães. Levanta-se um Cavalo de Tróia, ou seja um Joe- the plumber, ou seja uma senhora que também queria qualquer coisa pois tinha mais de 35 anos que é uma idade danada.
Depois de breve troca de palavras de improviso (o staff não tinha ficha para isto) o PM disse que a iniciativa era um passo em frente com o que concordou a interlocutora. O PM deu então vários passos atrás e teve que sair um pouco apoquentado pelo meio da populaça. Com medo de lhe pisarem os sapatinhos Prada ou de lhe pegarem a gripe esgueirou-se com mestria queixando-se que não o deixavam passar.
Há alguns anos foi Cavaco que se engasgou com um pedaço de Bolo-rei. Está difícil a vida de político. Ai está, está!