janeiro 05, 2009

Fenómeno: A Cabala na forma de urdidura (Episódio 2)


No episódio anterior vimos que a Cabala, um bicho misterioso que assume a forma de urdidura por artes de maquinação hedionda e despudorada é temível. Não poupa a mais fina socialite que aparece em tudo o que é revista, horário nobre televisivo, desfiles enfim … em tudo o que dá dinheiro, fama e relevo social. Esta distinta nata filtrada em exigentes etapas, que passam da comissão política do partido da aldeia de Coisos de Baixo até altos cargos de gestor bancário ou de governação, ou saltam de simples programas de entretenimento para o estrelato global é, por inerência, inocente e está sordidamente ameaçada pela Cabala.
As diligências efectuadas mostraram que a Cabala não será obra de Mafarrico embora maquiavélica: não foram detectados vestígios sulfurosos em qualquer análise química. A ausência de pegadas mostrava que Cabala deverá voar.
Quase por invisível arrastão fui levado ao local de onde emanavam as queixas. Eureka … a Cabala tem que se alimentar pois não é sobrenatural. Entrevistei o Tio António e ele, homem com as mãos encarquilhadas pelas artroses, já sem vícios do tabaco nem do café (que a reforma minguou) queixou-se: e não foi da Cabala. A Cabala parece não atacar os pobres mas quem sabe talvez se aproveite deles. O Tio António tinha posto esperança em meia dúzia de galinhas para controlar as ervas daninhas no logradouro – não havia força para manobrar a enxada- e ainda para encher a panela, uns meses mais tarde, com umas canjas que sempre dão para compor a dieta. Pois bem … misteriosamente as galinhas vinham desaparecendo. Era ali... sem dúvida .... decidi armar a ratoeira. Vamos esperar ...

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