Entretanto a CNN deu-se ao trabalho de entrevistar o Sr. Frias que iria acabar com os ranchitos e outras misérias que agora ainda mais apoquentam os venezuelanos. Um dos temas foi a violência urbana. Como o esperado o homem desbobinou um conjunto de mentiras. Uma das quais foi que já nos anos 80 Caracas era violenta. Não era: estive lá nessa altura e não coincide com os relatos que de lá me chegam agora. De facto a criminalidade já levou mais de 100 000 vidas desde que Chavez é presidente. Em
Há alguns dias houve inclusive um linchamento: dada a impunidade com que se faz o crime o povo perdeu a cabeça.
O palavreado torpe e agressivo de Chaves ajuda a aumentar a violência política.
A invasão, saque e destruição da Sinagoga de Caracas (paredes meias com a CNE que está muito bem guardada) durante
Os grupos paramilitares -que ele arma, protege e financia como o La Piedrita- realiza pressões inaceitáveis sobre os órgãos de comunicação social, jornalistas, estudantes (muitos foram presos com satisfação de Chavez pela campanha do não à Enmienda), Igreja e partidos. Telefonemas agressivos, pinturas nas paredes de Igrejas, granadas lacrimogéneas e bombas, intimidação verbal, ocupação e roubos ou destruição de instalações que deveriam ser ocupados pelos Alcaides da oposição que ganharam as eleições são apenas alguns dos actos de pirataria política com cada vez maior intensidade.
A ameaça está em crescendo com as maiores dificuldades económicas que contudo não afligem a família Chavez: todos viram aumentado o seu património e têm cargos importantes. Os seus apoiantes, os seus capitalistas e os titulares de órgãos de soberania estratégicos têm salários pornográficos.
Apesar de ter perdido o primeiro referendo que pretendia, entre outros objectivos abolir a propriedade privada, Chavez contornou o fracasso “da vitória de mierda” aprovando a chamada lei Habilitante que de facto permitiu denegar, entre outras intenções chumbadas no referendo, este direito nas situações que o poder queira.
Se o “No” ganhar no dia 15 será uma derrota séria para Chavez. Mas ele irá contornar o problema de qualquer outra maneira: não abandonará o cargo no fim do mandato. Se ganhar o Si temos a auto-estrada para uma ditadura Cubanizada, empobrecimento crescente, fome e violência em Venezuela. Temos a esquerda violenta, cega e surda a oprimir os povos e a criar cada vez mais pobres.
Este não era o Ideário de Simon Bolívar que sempre é invocado por estes usurpadores da legitimidade democrática.
Não vejo um fim à vista para esta agonia de um Povo que não merece o pesadelo que atravessa.
Imagem: de um site da resistência em Venezuela.
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