Andava a jornalista à cata de reportagem, salvo o erro no Presépio de Priscos, onde havia um forno a preparar pão.
Entrevistou o Padre que lhe falou do significado do forno e do Pão, da Liturgia ... do alimento. Mas a rapariga queria cenário, novidade, coisas que não encontra na vitrina da padaria. Rapidamente desviou conversa e tentou ir ao óbvio: ver as bolas a pular quentinhas para a proximidade do pote de manteiga.
O Padre ainda lhe falou da partilha do pão com o companheiro de caminhada na vida explicando-lhe a origem da palavra latina companheiro: "aquele com quem comeria o pão". A rapariga não acusou a lição e esquivava-se para espreitar o forno e o que dele sairia.
Achei graça à cena e à desproporção da visão sobre as coisas e sobre o mundo: um indicativo da estupidificação em curso.
É trágica a superficialidade total que invadiu a sociedade. A vida, as relações, as reportagens, o casamento, as entrevistas, as discussões (economia, finanças, justiça), a pobreza, etc ... é tudo visto pela casca como a bola colorida nas mãos de um bebé a despontar para vida.
Há que resistir! Ontem no Hobbit uma pequena mensagem: "às vezes são pequenos gestos que ajudam a combater os grandes males".
Há que resistir! Ontem no Hobbit uma pequena mensagem: "às vezes são pequenos gestos que ajudam a combater os grandes males".
1 comentário:
Vivemos numa sociedade em que tudo é descartável. Normal é hoje toda a gente ter um ex-qualquer coisa. Já dizia o outro que a mulher pode não ser para sempre, mas a ex-mulher é e será sempre a ex-mulher.
Enviar um comentário