janeiro 08, 2014

Lysenko: o extraodinário cientista de Stalin

Uma das absurdas criações do comunismo estalinista foi um obscuro jardineiro chamado Trofin Lysenko. A colectivização forçada da agricultura com a morte de milhões de camponeses, pela fome e execuções por desporto bolchevique, levou a uma enorme carência de alimentos. Antes desta tragédia humana o ucraniano tinha publicado um artigo no Pravda (um nome interessante para publicações comunistas) dizendo ter descoberto uma técnica para produzir legumes em pleno inverno e também métodos de fertilização do terreno que dispensavam fertilizantes.

Da Ucrânia para a Academia de Ciências Agrárias em Moscovo, com largos recursos para implementar os milagres que trazia no bolso para glória do socialismo, foi um passo. Consolidou terreno enviando para os gulags os cientistas que se opuseram. O caso mais conhecido foi um brilhante investigador e comunista Nikolai Vavilov que morreu de fome na prisão (razão tem Olavo em dizer que o sítio mais seguro para um comunista viver é um país com democracia capitalista).

A técnica simples da vernalização (já conhecida e usada) que lhe granjeou falsos créditos e a extraordinária convicção revolucionária que submetendo sementes e plantas a condições em que queria que elas se desenvolvessem as conseguiria habituar, como o partido domesticava as pessoas para serem bons revolucionários, fez caminho. A mistura tosca das teorias de Lamark e da hibridação eram levadas a uma nova forma de Ciência e conquista do proletariado faminto. A genética avançava a passos acelerados no Mundo livre mas era negada por ser uma invenção burguesa.

Os resultados não apareceram, Estaline desapareceu, as culturas não singravam  e a extraordinária criatura acabou já no tempo de Krushev (depois de centenas de milhares de mortos vítimas dos seus fracassos) no esquecimento depois de denunciado como um simples vigarista (um dos acusadores foi Sakarov). Ainda de assinalar o fracasso cruel em resultados, ambiente e vidas humanas no projecto de exploração das denominadas Terras Virgens  no Cazaquistão.

Como herança deixou um país com um atraso científico notável na Biologia e dependente de grossas compras de cereais aos EUA onde os agricultores -homens livres que obtinham retorno do seu trabalho árduo, crescente mecanização e benefícios dos avanços científicos na genética- alimentavam o respectivo país e a URSS. 

5 comentários:

Diogo disse...

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O misterioso e prolongado sucesso da minoria judaica na Alemanha

http://citadino.blogspot.pt/2014/01/o-misterioso-e-prolongado-sucesso-da.html

Wikipedia - Sir Arthur Wynne Morgan Bryant (na foto ao lado), (18 de Fevereiro de 1899 – 22 de Janeiro de 1985), foi um historiador britânico muito popular e colunista do Illustrated London News. Os seus numerosos livros incluem estudos da História inglesa dos séculos dezoito e dezanove.

No seu livro Unfinished Victory [1940 - Vitória Incompleta], o historiador Sir Arthur Bryant descreve o poder judaico na Alemanha entre as duas Guerras Mundiais (pp. 136-144):

Foram os judeus com as suas ligações internacionais e o seu talento hereditário para a finança que melhor foram capazes de aproveitar estas oportunidades. Fizeram-no com tal sucesso que, mesmo em Novembro de 1938, depois de cinco anos de legislação anti-semita e perseguição, eram ainda donos, segundo o correspondente da Times em Berlim, de qualquer coisa como um terço da propriedade imobiliária do Reich. A maior parte dela caiu-lhes nas mãos durante a inflação. Mas para aqueles que perderam tudo, esta desconcertante transferência pareceu uma monstruosa injustiça. Depois de prolongados sofrimentos tinham agora ficado privados dos seus bens. Viram-nos passar para as mãos de estranhos, muitos dos quais não tinham partilhado os seus sacrifícios e pouco ou nada se importavam com a bandeira e tradições nacionais. Os judeus obtiveram uma formidável ascendência na política, nos negócios e nas profissões académicas, não obstante constituírem menos de um por cento da população."

"Os bancos, incluindo o Reichsbank [Banco Central Alemão] e os grandes bancos privados, eram praticamente controlados por eles. Assim como o negócio das editoras, o cinema, os teatros e grande parte da imprensa, de facto, todos os meios que formam a opinião pública num país civilizado. O maior jornal do país com uma circulação diária de quatro milhões de unidades era um monopólio judeu. De ano para ano era cada vez mais difícil a um gentio (não-judeu) aceder ou manter-se nalguma profissão privilegiada. Nesta altura não eram os 'Arianos' que praticavam discriminação racial. Era uma discriminação que funcionava sem violência. Era exercida por uma minoria contra uma maioria. Não havia perseguição, apenas eliminação. Era o contraste entre a riqueza desfrutada e faustosamente ostentada por estranhos de gostos cosmopolitas, e a pobreza e a miséria dos alemães nativos, que tornou o anti-semitismo tão perigoso e uma força ameaçadora na nova Europa. Pedintes montados a cavalo são raramente populares, e menos ainda aqueles que acabaram do vos deitar abaixo da sela."


(continua)

Diogo disse...

(continuação)


As palavras de Arthur Bryant redigidas em 1940, em plena Guerra Mundial, parecem plagiadas de um texto de Eça de Queirós escrito sessenta anos antes:


Eça de Queirós

Cartas de Inglaterra 1877-1882

O motivo do furor anti-semítico é simplesmente a crescente prosperidade da colónia judaica, colónia relativamente pequena, apenas composta de quatrocentos mil judeus; mas que pela sua actividade, a sua pertinácia, a sua disciplina, está fazendo uma concorrência triunfante à burguesia alemã.

A alta finança e o pequeno comércio estão-lhe igualmente nas mãos: é o judeu que empresta aos estados e aos príncipes, é a ele que o pequeno proprietário hipoteca as terras. Nas profissões liberais absorve tudo: é ele o advogado com mais causas e o médico com mais clientela: se na mesma rua há dois tendeiros, um alemão e outro judeu, o filho da Germânia ao fim do ano está falido, o filho de Israel tem carruagem! Isto tornou-se mais frisante depois da guerra: e o bom alemão não pode tolerar este espectáculo do judeu engordando, enriquecendo, reluzindo, enquanto ele, carregado de louros, tem de emigrar para a América à busca de pão.

Mas se a riqueza do judeu o irrita, a ostentação que o judeu faz da sua riqueza enlouquece-o de furor. E, neste ponto, devo dizer que o Alemão tem razão. A antiga legenda do israelita, magro, esguio, adunco, caminhando cosido com a parede, e coando por entre as pálpebras um olhar turvo e desconfiado – pertence ao passado.

O judeu hoje é um gordo. Traz a cabeça alta, tem a pança ostentosa e enche a rua. É necessário vê-los em Londres, em Berlim, ou em Viena: nas menores coisas, entrando em um café ou ocupando uma cadeira de teatro, têm um ar arrogante e ricaço, que escandaliza. A sua pompa espectaculosa de Salomões "parvenus" ofende o nosso gosto contemporâneo, que é sóbrio. Falam sempre alto, como em país vencido, e em um restaurante de Londres ou de Berlim nada há mais intolerável que a gralhada semítica. Cobrem-se de jóias, todos os arreios das carruagens são de ouro, e amam o luxo grosso. Tudo isto irrita.

Mas o pior ainda na Alemanha é o hábil plano com que fortificam a sua prosperidade e garantem o luxo, tão hábil que tem um sabor de conspiração: na Alemanha, o judeu, lentamente, surdamente, tem-se apoderado das duas grandes forças sociais – a Bolsa e imprensa. Quase todas as grandes casas bancárias da Alemanha, quase todos os grandes jornais, estão na posse do semita. Assim, torna-se inatacável. De modo que não só expulsa o alemão das profissões liberais, o humilha com a sua opulência rutilante e o traz dependente pelo capital; mas, injúria suprema, pela voz dos seus jornais, ordena-lhe o que há-de fazer, o que há-de pensar, como se há-de governar e com que se há-de bater!

Tudo isto ainda seria suportável se o judeu se fundisse com a raça indígena. Mas não. O mundo judeu conserva-se isolado, compacto, inacessível e impenetrável. As muralhas formidáveis do Templo de Salomão, que foram arrasadas, continuam a pôr em torno dele um obstáculo de cidadelas. Dentro de Berlim há uma verdadeira Jerusalém inexpugnável: aí se refugiam com o seu Deus, o seu livro, os seus costumes, o seu Sabbath, a sua língua, o seu orgulho, a sua secura, gozando o ouro e desprezando o cristão. Invadem a sociedade alemã, querem lá brilhar e dominar, mas não permitem que o alemão meta sequer o bico do sapato dentro da sociedade judaica.

Só casam entre si; entre si, ajudam-se regiamente, dando-se uns aos outros milhões – mas não favoreceriam com um troco um alemão esfomeado; e põem um orgulho, um coquetismo insolente em se diferençar do resto da nação em tudo, desde a maneira de pensar até à maneira de vestir. Naturalmente, um exclusivismo tão acentuado é interpretado como hostilidade – e pago com ódio.»

Lura do Grilo disse...

Sim ... comento. Recomendo a todos que trabalhem com afinco, talento e dedicação como trabalharam os judeus e não fiquem a lamentar-se: devem imitá-los. Tenham boas ideias, aproveitem-nas, façam uma boa gestão dos seus capitais e propriedades para progredir e não cair na dependência de outros. Exijam neste processo competitivo justiça, cumprimento da lei e igualdade de oportunidades.
No Reino Unido (Yorkshire) e outras regiões é difícil encontrar lojas de conveniência e pequenos negócios nas mãos de ingleses. Os ingleses queixam-se que eles mantêm as lojas abertas colocando a trabalhar toda a família incluindo crianças, quase 24 horas por dia, e muitos nem sequer descontam para a segurança social. Queixam-se ainda que um inglês nativo com um negócio é fiscalizado e os seus concorrentes muçulmanos não são. Aqui parece-me concorrência desleal.

Não há diferença genética entre um israelita e os chamados palestinianos. Os israelitas trabalham, estudam, investem, investigam, obtêm prémios Nobel e defendem-se num território do tamanho do Alentejo e ainda alimentam, tratam os inimigos ao lado e recebem milhares de refugiados. Debaixo do meu teclado, na forma como a informação viaja na net por cabo ou por ar há dezenas de cientistas judeus (Solomon, Viterbi, Schockley, etc) que torna a comunicação possível. Cerca de 11% de toda a investigação cientifica de topo é feita por eles e partilhada connosco. Os palestinianos (nem todos) ao lado são corruptos, vivem de esmolas, gastam as ajudas em armas, espalham o ódio pela rádio e matam por inveja: tanto afinco a trabalhar e conseguiriam o mesmo. A terra é a mesma, a massa humana também: os objectivos e prioridades é que parece serem diferentes.

A inveja e o ódio ao sucesso dos outros, por causas económicas ou racistas, são sentimentos pouco nobres e causam muitas mortes. Temos os casos dos nazis contra os judeus e os muçulmanos turcos contra os arménios.

Lá dizia o Goebbels:
"Aqui quem decide se alguém é judeu ou não sou eu".

Há muito Goebells por aí

Lura do Grilo disse...

Caro Diogo

Pode ver por aqui os contributos dos judeus para a ciência. Nenhum deles se explodiu ou planeou um genocídio por inveja ou ódio.

http://www.jinfo.org/


Cumps

Anónimo disse...

Magnífico comentário, Lura!