O tempo é muito lento para os que esperam;
Muito rápido para os que tem medo;
Muito longo para os que lamentam;
Muito curto para os que festejam;
Mas, para os que amam, o tempo é eterno. Shakespeare
"A ideologia modernista,que nos impregna de abertura,de nomadismo,de cosmopolitismo,no melhor dos casos recusa ver o problema,no pior dos casos desqualifica-o,falando de "comportamento conservador".O "cosmopolitismo global" é um logro que diz respeito a uma pequena elite,aquela que viaja e acede aos mesmos meios de comunicação social,que partilha os mesmos hábitos e as mesmas práticas culturais,em suma,um "cosmopolitismo de aeroporto". É preciso ter atenção para não confundir este pequeno meio(elitista),ainda que seja muito visível,com o resto do mundo.De qualquer modo há um paradoxo: este próprio meio,que não deixa de estigmatizar as identidades de "outra época" e de enaltecer as virtudes da mestiçagem,é na realidade,muito identitário e está muito atento aos seus previlégios.O que diria ele se fosse obrigado a mudar?Há dois pesos e duas medidas: por um lado,os que falam das virtudes do cosmopolitismo são,evidentemente,os que beneficiam com o movimento da globalização; por outro,os que sofrem as consequências criticam-no e,para resistir,interessam-se mais pelo lado das identidades culturais e nacionais. Esta ideologia do "cidadão mundial" é realmente a das pessoas da "alta",daqueles que têm uma identidade bem construída e podem "caçar furtivamente" à direita e à esquerda,sem recearem ser desestabilizados. As elites são globalistas,e os povos,naturalmente,são nacionalistas.O que está em causa é este estatuto "de vanguarda" com que se enfarpelam as elites,e como este elitismo não foi posto em causa,com a democratização e a cultura de massas nos anos 60(nota deste blogger: e não foi porque a democracia e a cultura de massas são manipuladas pelas ditas elites),ele é,na época da globalização,ainda mais arrogante."---------------------------------------Dominique Wolton in A Outra Globalização,livro de 2003-
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"A ideologia modernista,que nos impregna de abertura,de nomadismo,de cosmopolitismo,no melhor dos casos recusa ver o problema,no pior dos casos desqualifica-o,falando de "comportamento conservador".O "cosmopolitismo global" é um logro que diz respeito a uma pequena elite,aquela que viaja e acede aos mesmos meios de comunicação social,que partilha os mesmos hábitos e as mesmas práticas culturais,em suma,um "cosmopolitismo de aeroporto". É preciso ter atenção para não confundir este pequeno meio(elitista),ainda que seja muito visível,com o resto do mundo.De qualquer modo há um paradoxo: este próprio meio,que não deixa de estigmatizar as identidades de "outra época" e de enaltecer as virtudes da mestiçagem,é na realidade,muito identitário e está muito atento aos seus previlégios.O que diria ele se fosse obrigado a mudar?Há dois pesos e duas medidas: por um lado,os que falam das virtudes do cosmopolitismo são,evidentemente,os que beneficiam com o movimento da globalização; por outro,os que sofrem as consequências criticam-no e,para resistir,interessam-se mais pelo lado das identidades culturais e nacionais. Esta ideologia do "cidadão mundial" é realmente a das pessoas da "alta",daqueles que têm uma identidade bem construída e podem "caçar furtivamente" à direita e à esquerda,sem recearem ser desestabilizados. As elites são globalistas,e os povos,naturalmente,são nacionalistas.O que está em causa é este estatuto "de vanguarda" com que se enfarpelam as elites,e como este elitismo não foi posto em causa,com a democratização e a cultura de massas nos anos 60(nota deste blogger: e não foi porque a democracia e a cultura de massas são manipuladas pelas ditas elites),ele é,na época da globalização,ainda mais arrogante."---------------------------------------Dominique Wolton in A Outra Globalização,livro de 2003-
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