Ora Cavaco não anda em campanha e se até Sócrates tem as entrevistas com perguntas e respostas bem planeadas, pedem ao PR que desça à mediocridade e subserviência de 70-80% do jornalismo português que se limita a transcrever frases soltas das agências de notícias? Claro que isto seria promover os jornalistas e a maioria não o merece.
Obviamente que Cavaco vai falar, dizer o que se passa com as escutas e pedir uma investigação rigorosa se for caso para tanto. As provas vai-as apresentar mas não publicamente nem para satisfazer MST e CCS. Suponho que vão rolar cabeças no SIS.
Lembro que Espanha circularam rumores insistentes de escutas –de que aliás o PSOE desde Felipe Gonzalez é useiro e vezeiro- feitas com o auxílio de um programa adquirido por Aznar para dar combate ao terrorismo. O programa chama-se Sitel e foi desenvolvido pela Ericsson. Aznar, preocupado pelas enormes possibilidades desta peça e do monstruoso potencial contra as instituições e a não garantida privacidade que ele acarretava, acabou por não o colocar em serviço. Zapatero, usando a proverbial superioridade moral da esquerda, não hesitou e em 2004 já estava em serviço. Funciona não num mas em três centros de intersecção: Polícia Nacional, Guarda Civil e CNI (o nosso SIS).
Na Grécia uma engenhosa e pequena porção de software nos servidores de redes móveis da Vodafone, descoberta em 2005, encaminhava cópias em tempo real de chamadas telefónicas. Houve um ou dois suicídios e é ainda um case study de como lá foi instalada e passou despercebida. A descoberta fez-se quase por acaso.
Tudo é controlado e controlável pelos homens: se não forem honestos nenhuma legislação pode ser cumprida. As tentações são iguais em todos os lados.
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