Um dos termos é a IVG (Interrupção Voluntária da Gravidez). O termo retira o odioso do Aborto que invoca a morte realçando a vítima: uma vida humana distinta de quem a procriou. A "interrupção" legitima, pois uma interrupção implica uma "continuação" que aqui não é obviamente possível. "Voluntária" -invoca altruísmo do bombeiro, dedicação aos outros, etc- dá-lhe um ar de liberdade e bondade mas sabemos que na maioria dos casos é tudo menos voluntária e bondade está longe.
"Desfavorecidos" é outro vocábulo maldoso. Passa então a ideia que são feitos "favores" a alguns e a outros não. Vivemos agora numa sociedade em que quase todos são vítimas e o sucesso não se consegue por mérito: é à custa do "favor" que é ou foi negado. Isto propicia e quase legitima uma série de reacções contra os "favorecidos" (assaltos, violações, assassinato, roubo, violência), os "polícias" (tiros, apedrejamento, esfaqueamento, insulto, desrespeito) e até o poder judicial (desafio à execução das sentenças).
A droga, o alcoolismo, o roubo e outras actividades criminosas não são encaradas como fruto, na maioria das vezes, de uma opção pessoal mas sim induzida pelos "favorecidos".
As vítimas, começo a pensar, são aquelas que tentam cumprir com todas as obrigações que lhe são impostas e nunca são notícia: é aguentar e cara alegre. A linha da frente é a Polícia mas os estilhaços chegam a todos. Vivemos numa sociedade doente e sem valores. Urge uma atitude firme perante os desmandos que se cometem e desculpam. Parcelas do território nacional estão agora entregues a cartéis da droga e da violência cujos actores são tratados com candura e desvelo a nome do suposto estatuto de "desfavorecidos". O Polícia baleado, esfaqueado e morto é rapidamente esquecido e não foi vitima: apenas uma "consequência" de uma "intervenção" em bairro "problemático".
As vítimas, começo a pensar, são aquelas que tentam cumprir com todas as obrigações que lhe são impostas e nunca são notícia: é aguentar e cara alegre. A linha da frente é a Polícia mas os estilhaços chegam a todos. Vivemos numa sociedade doente e sem valores. Urge uma atitude firme perante os desmandos que se cometem e desculpam. Parcelas do território nacional estão agora entregues a cartéis da droga e da violência cujos actores são tratados com candura e desvelo a nome do suposto estatuto de "desfavorecidos". O Polícia baleado, esfaqueado e morto é rapidamente esquecido e não foi vitima: apenas uma "consequência" de uma "intervenção" em bairro "problemático".
A RTP1 vai apresentar uma reportagem (mais uma), provavelmente para promover uma debutante jornalista que receberá um prémio pela obra social, sobre estes "desfavorecidos". A introdução mostra a dita à entrada de um bairro "problemático" de Lisboa onde "se cruzam as barreiras da indignação" e "pessoas que encontram no crime a única saída". Vou estar atento a mais uma incursão deste evangelismo social.
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