A minha Maria visitou um idoso num lar.
Estava uma senhora também idosa (talvez com 70 anos ou um pouco mais) num corredor amplo à porta de uma das salas de convívio de um centro de dia..
Nisto passou uma auxiliar a empurrar uma cadeira de rodas. A senhora dirigiu-se a ela e disse-lhe umas palavras. A auxiliar respondeu-lhe:
-Agora não pode ser Sra. X! Tenho de levar a Sra. Y à casa de banho!
Foi para a casa de banho, regressou, levou outra senhora à casa de banho, regressou e continuou mais algumas vezes com estas viagens. Foi a seguir ao almoço...
A senhora idosa dirigiu-se a mim:
-Faço anos hoje...
-Então parabéns!
-Obrigada. Vou passar o aniversário com a minha mãe. Estão todos à mesa à minha espera e "elas" não me deixam sair!
- Se calhar "elas" são muito suas amigas e querem que passe o aniversário aqui com elas.
- Pois, mas não pode ser. Mãe é mãe e eu tenho de ir!
Olhou para todos os lados à espera que uma delas lhe indicasse o caminho para a porta. Tal não aconteceu. Passaram uns minutos e ela disse:
-Vou mas é procurar uma porta que esteja aberta e vou-me embora!
É assim. Vai-se recuando ou avançando mas fica algo. Fica a educação ("muito obrigada"), fica a formação da família ("vou passar com a minha mãe", "mãe é mãe") e fica o desejo de liberdade ("procurar uma porta que esteja aberta").
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