A partir do Portugal Profundo
No sétimo colóquio (διάλεξις – controvérsia) publicado pelo Prof. Khoury, o imperador aborda o tema da jihād, da guerra santa. O imperador sabia seguramente que, na sura 2, 256, lê-se: «Nenhuma coacção nas coisas de fé». Esta é provavelmente uma das suras do período inicial – segundo uma parte dos peritos – quando o próprio Maomé se encontrava ainda sem poder e ameaçado. Naturalmente, sobre a guerra santa, o imperador conhecia também as disposições que se foram desenvolvendo posteriormente e se fixaram no Alcorão. Sem se deter em pormenores como a diferença de tratamento entre os que possuem o «Livro» e os «incrédulos», ele, de modo surpreendentemente brusco – tão brusco que para nós é inaceitável –, dirige-se ao seu interlocutor simplesmente com a pergunta central sobre a relação entre religião e violência em geral, dizendo: «Mostra-me também o que trouxe de novo Maomé, e encontrarás apenas coisas más e desumanas tais como a sua norma de propagar, através da espada, a fé que pregava».[3] O imperador, depois de se ter pronunciado de modo tão ríspido, passa a explicar minuciosamente os motivos pelos quais não é razoável a difusão da fé mediante a violência. Esta está em contraste com a natureza de Deus e a natureza da alma. Diz ele: «Deus não se compraz com o sangue; não agir segundo a razão – «σὺν λόγω» – é contrário à natureza de Deus. A fé é fruto da alma, não do corpo. Por conseguinte, quem desejar conduzir alguém à fé tem necessidade da capacidade de falar bem e de raciocinar correctamente, e não da violência nem da ameaça... Para convencer uma alma racional não é necessário dispor do próprio braço, nem de instrumentos para ferir ou de qualquer outro meio com que se possa ameaçar de morte uma pessoa...»
1 comentário:
o Papa que não era simpático à vista, Benedito XVI, tinha razão. Não quiseram ouvi-lo, e continuamos a ter - como agora mesmo estou a ver, nas cerimónias fúnebres, na Notre-Dame) uma Igreja Católica que apela e apela e apela a que os muçulmanos mostrem que são realmente pacíficos.
Entretanto, nas mesquitas, nos sites, nas publicações muçulmanas, prega-se o ódio e assume-se já sem rodeios que o Islão lhes dá a espada para combater os "cruzados".
Nas televisões, discute-se "se podemos tomar medidas extremas, tais como fechar mesquitas de ódio ou deportar terroristas".
Creio que estamos loucos, no mesmo estado em que estávamos antes da II Grande Guerra, quando se minimizava o perigo nazi até que se tornou impossível ignorá-lo.
OdF
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